Diabetes: 59,4% dos pacientes com a doença apresentam piora no controle do problema durante a pandemia
Campanha destaca importância do acompanhamento médico durante o distanciamento social e recebe apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes
Campanha destaca importância do acompanhamento médico durante o distanciamento social e recebe apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes
Mais do que apresentar a importância do uso de máscara e do álcool em gel, a pandemia da Covid-19 trouxe alterações profundas na rotina e na saúde dos doze milhões de brasileiros que vivem com diabetes do tipo 1. É o que apontou um estudo realizado com mais de mil e setessentos pacientes publicado pelo periódico científico Diabetes Research and Clinical Practice.
E, entre os achados estão estatísticas que mostraram como a pandemia e o isolamento dificultaram o controle do diabetes, aumentando as chances de complicações a médio e longo prazo.
De acordo com a pesquisa, 59,5% das pessoas com a doença reduziram a prática de atividades físicas, medida considerada relevante no controle da doença. Como resultado, 59,4% dos participantes relataram que a quarentena trouxe consigo uma piora no índice glicêmico, indicador importante para o controle do diabetes e diminuição das complicações da doença a curto, médio e longo prazo. Destes, 31,5% apresentaram uma variabilidade maior do que a esperada na glicemia, a taxa do açúcar no sangue.
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Também, outro dado que agrava esse cenário é o adiamento das consultas e exames de rotina. De acordo com o estudo, 38,4% dos pacientes adiaram consultas ou exames já marcados e 40,2% não marcaram novas idas ao médico desde o início da pandemia.
De acordo com Priscilla Olim Mattar, médica endocrinologista, a junção desses fatores à própria pandemia representa um risco relevante para esses pacientes.
“Existe hoje uma falsa sensação de segurança e controle. Por estarem em casa e mantendo uma rotina que consideram adequada, essas pessoas acabam negligenciando a importância de manter consultas e exames em dia. Mas estudos como esse provam que o acompanhamento médico é fundamental quando se tem uma doença crônica como o diabetes, que deve ser tratada por toda a vida”, ressaltou.
Priscilla ainda lembrou que a dificuldade em manter os níveis de glicose sob controle pode ser ainda mais perigosa durante a quarentena, já que pessoas com altos níveis de açúcar no sangue são mais suscetíveis a desenvolverem as formas mais graves de infecção pela Covid-19.
Campanha conjunta
Para ajudar a mudar esse cenário, a Novo Nordisk, com apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), lançou no dia 18 de outubro a campanha informativa “Diabetes Na Rotina”, com o objetivo de alertar as pessoas com diabetes sobre a importância de manter as consultas e exames atualizados para evitar as complicações do diabetes e do novo coronavírus.
E, além de peças publicitárias que serão veiculadas pela televisão e redes sociais, a campanha ainda traz um site com informações gerais sobre o diabetes e dados da pesquisa recém divulgada, bem como recomendações para um melhor manejo da doença e dicas para consultas presenciais, mantendo os cuidados necessários para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
“A pesquisa também trouxe dados positivos, como o de que 95% das pessoas com diabetes respeitaram as orientações de distanciamento social. Isso mostra que a mensagem inicial de ‘fique em casa’ foi entendida. Entretanto, com a extensão da pandemia, faz-se necessário esse novo aviso para que as pessoas com doenças crônicas possam seguir com o acompanhamento médico tão necessário para uma vida livre de complicações sérias”, finalizou Priscilla Mattar.