Crises de soluços permanentes podem indicar distúrbio em algum órgão e exigem investigação médica

Apesar de a maioria dos casos de soluço ser de evolução positiva, desaparecendo espontaneamente, algumas crises podem exigir avaliação médica, indicando um distúrbio orgânico, que consiste na perturbação ou alteração de um órgão.

O soluço é uma contração súbita dos músculos inspiratórios, que puxam o ar para os pulmões, seguida por um fechamento abrupto das pregas vocais, levando à produção do som característico. Ele não tem função fisiológica conhecida nem causa completamente esclarecida.

De acordo com o texto publicado na Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, “as crises podem ser sintomas de inúmeras doenças, de ordem respiratória, digestiva, genital, vascular, psicológica, metabólica ou outras relacionadas ao sistema nervoso central. O soluço pode ter causas psicológicas como ansiedade, tristeza, agonia e depressão. Desta forma, o médico deverá atuar com o objetivo de tratar esses problemas, o que irá resultar no fim do soluço”.

Grande parte dos casos tem evolução muito positiva, desaparecendo em poucos minutos, sem a necessidade de tratamento. A preocupação fica para os casos persistentes, com mais de 48 horas, que exigem investigação médica para que um tratamento adequado seja direcionado de acordo com a necessidade de cada paciente.

PARA CONHECER MELHOR…

O soluço pode ser classificado em três categorias diferentes, baseadas no tempo de duração:

– Episódicos: que podem ser causados pela hiperdistensão gástrica (“comer demais”), pela ingestão de bebidas gasosas e aerofagia (mascar chicletes, tabagismo) e insuflação do estômago durante endoscopia;
– Persistentes: persistem por muito tempo – mais de 48h – e precisam de avaliação médica.
– Intratáveis: que podem levar a efeitos adversos com desfechos graves como desnutrição, perda de peso, insônia, fadiga, estresse mental e prejuízo da qualidade de vida.

Adeus, soluço! SOLUÇÕES CASEIRAS FUNCIONAM MESMO?

Por incrível que pareça, as soluções caseiras mais conhecidas realmente influenciam positivamente no fim das crises e têm explicação lógica!

– Prender a respiração: prender a respiração eleva a quantidade de moléculas de gás carbônico (CO2) no sangue e faz com que, involuntariamente, o cérebro atue para contrair o diafragma;

– Beber água gelada: a água gelada estimula o nervo vago, que atua na secreção de líquidos digestivos, a agir sobre o diafragma também. Isso acontece pela mudança brusca de temperatura;

– Levar um susto: o susto provoca um alerta que libera um composto químico, na corrente sanguínea, chamado catecolamina, que é capaz de regular o funcionamento do nervo frênico (responsável pelo processo de inspiração do diafragma).

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.