Criança pode ficar sob responsabilidade de pessoa com transtorno psicológico? Especialista explica

O psicólogo André Barbosa explica quais são os transtornos preocupantes ao cuidar de uma criança

Especialista fala sobre cuidado com crianças e transtornos psicológicos – Unsplash/Sandra Seitamaa

Uma criança pode ficar sob responsabilidade de um responsável que esteja passando por uma fase de transtorno psicológico? Depende do transtorno. É o que respondeu o psicólogo especializado em terapia cognitivo-comportamental, André Barbosa.
André explicou que a depender do transtorno, como a depressão grave, por exemplo, ele inabilita a pessoa de estar produzindo suas atividades. “É complicado ser tutor ou responsável por outra pessoa, sendo que ela, pela própria doença, tem falta de energia e não consegue ‘dar conta’ nem dela direito”, disse.

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O especialista afirmou que o contexto deve ser avaliado, bem como de qual transtorno psicológico a pessoa teria. “Se for uma uma depressão mais comum, uma fase de fim de relacionamento, um luto, é lógico que a pessoa vai precisar de apoio, que pode ser terapêutico, para poder cuidar da criança. A criança pode ser, inclusive, ser um estímulo para que essa pessoa dê a volta por cima”.

André também explicou que nesses momentos difíceis os nossos instintos naturais de proteção – a filogenética – tomam a frente para cuidar daquele ser que necessita de cuidados. O psicólogo reafirmou que criança pode ser um fator importante para a pessoa conseguir dar a volta por cima, mas, se o adulto estiver disposto a ser tratado.

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“Se ele estiver disposto a ser tratado, a ser cuidado, a fazer um acompanhamento multidisciplinar, dependendo da gravidade do transtorno como, por exemplo, um acompanhamento psiquiátrico, terapêutico e tiver uma rede familiar de apoio para esse momento, não vejo um motivo para que não”, disse.

TRANSTORNOS MAIS GRAVES SÃO PREOCUPAÇÃO

Um fator preocupante, para o especialista, é quando as pessoas tem um transtorno com uma maior gravidade, como um transtorno de bipolaridade ou esquizofrenia e que não foi bem diagnosticada, nem se segue um tratamento.

“É complicado porque a criança viveria com um adulto muito instável e em um momento de transformação da vida no que se diz respeito ao mundo e até na construção da personalidade, que vai até os 8 anos. Viver essa fase com um adulto que tem transtorno psicológico que não está em tratamento é muito ruim para ela e seu desenvolvimento”, pontuou.

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Sobre a fonte:

O psicólogo e escritor Dr. André Barbosa é formado em psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), especializado em terapia cognitivo-comportamental pela UniChristus, graduado em Administração e Marketing pela Estácio e em Business Communication pela Universidade de Cambridge no Reino Unido.

Também é autor de 6 livros sobre depressão, comportamento, qualidade do sono e desafios emocionais, ciúmes e transtorno de personalidade boderline. Já foi colunista no Jornal Tribuna do Ceará. Além disso, é professor do curso de Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental da IEMB e professor de inteligência emocional da MEGE.

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