Criança pode ficar sob responsabilidade de pessoa com transtorno psicológico? Especialista explica
O psicólogo André Barbosa explica quais são os transtornos preocupantes ao cuidar de uma criança
O psicólogo André Barbosa explica quais são os transtornos preocupantes ao cuidar de uma criança
Uma criança pode ficar sob responsabilidade de um responsável que esteja passando por uma fase de transtorno psicológico? Depende do transtorno. É o que respondeu o psicólogo especializado em terapia cognitivo-comportamental, André Barbosa.
André explicou que a depender do transtorno, como a depressão grave, por exemplo, ele inabilita a pessoa de estar produzindo suas atividades. “É complicado ser tutor ou responsável por outra pessoa, sendo que ela, pela própria doença, tem falta de energia e não consegue ‘dar conta’ nem dela direito”, disse.
O especialista afirmou que o contexto deve ser avaliado, bem como de qual transtorno psicológico a pessoa teria. “Se for uma uma depressão mais comum, uma fase de fim de relacionamento, um luto, é lógico que a pessoa vai precisar de apoio, que pode ser terapêutico, para poder cuidar da criança. A criança pode ser, inclusive, ser um estímulo para que essa pessoa dê a volta por cima”.
André também explicou que nesses momentos difíceis os nossos instintos naturais de proteção – a filogenética – tomam a frente para cuidar daquele ser que necessita de cuidados. O psicólogo reafirmou que criança pode ser um fator importante para a pessoa conseguir dar a volta por cima, mas, se o adulto estiver disposto a ser tratado.
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“Se ele estiver disposto a ser tratado, a ser cuidado, a fazer um acompanhamento multidisciplinar, dependendo da gravidade do transtorno como, por exemplo, um acompanhamento psiquiátrico, terapêutico e tiver uma rede familiar de apoio para esse momento, não vejo um motivo para que não”, disse.
Um fator preocupante, para o especialista, é quando as pessoas tem um transtorno com uma maior gravidade, como um transtorno de bipolaridade ou esquizofrenia e que não foi bem diagnosticada, nem se segue um tratamento.
“É complicado porque a criança viveria com um adulto muito instável e em um momento de transformação da vida no que se diz respeito ao mundo e até na construção da personalidade, que vai até os 8 anos. Viver essa fase com um adulto que tem transtorno psicológico que não está em tratamento é muito ruim para ela e seu desenvolvimento”, pontuou.
Sobre a fonte:
O psicólogo e escritor Dr. André Barbosa é formado em psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), especializado em terapia cognitivo-comportamental pela UniChristus, graduado em Administração e Marketing pela Estácio e em Business Communication pela Universidade de Cambridge no Reino Unido.
Também é autor de 6 livros sobre depressão, comportamento, qualidade do sono e desafios emocionais, ciúmes e transtorno de personalidade boderline. Já foi colunista no Jornal Tribuna do Ceará. Além disso, é professor do curso de Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental da IEMB e professor de inteligência emocional da MEGE.