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Covid-19 x obesidade: Médico lista as 5 piores consequências da infecção pelo vírus nas pessoas com sobrepeso

O excesso de peso é considerado um fator de risco para a doença e não é por acaso

Relação da COVID-19 com obesidade – Freepik

A obesidade é o fator mais relacionado a mortes e complicações provocadas pela infecção com o coronavírus em pessoas com menos de 60 anos.

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E essa informação é assustadora, pois trata-se da união das duas mais graves pandemias do século 21: a doença respiratória altamente contagiosa e a condição metabólica que atinge mais de 20 milhões de brasileiros, o que significa que mais da metade da população tem sobrepeso — e a obesidade atinge um a cada cinco brasileiros, de acordo com dados da pesquisa publicada em 2019 da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico).

Conversamos com Eduardo Grecco, gastrocirurgião e endoscopista bariátrico do Instituto EndoVitta, em São Paulo, para saber quais são os principais problemas enfrentados pelos acometidos pela Covid com peso acima do indicado. 

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1 – Baixa na imunidade
Qualquer alteração clínica pode levar à diminuição da resposta do sistema imunológico, ou seja, das defesas do organismo, às ameaças. Isso vale para hipertensão, diabetes e, como não poderia deixar de ser, obesidade. Não que isso eleve a possibilidade de uma pessoa acima do peso de contaminar, mas ela tem mais dificuldade de lidar com o vírus. 

2 – Maior chance de complicação

A obesidade gera uma inflamação leve no corpo que, associada à inflamação provocada pelo novo vírus, faz com que os dois quadros sejam acentuados. Um estudo realizado pelo Instituto Lille Pasteur, na França, com 124 pessoas internadas por conta do Sars-Cov-2 de 27 de fevereiro a 5 de abril de 2020 confirmou essa informação, já que revelou que 47,6% eram obesas e 28,2% tinham obesidade grave. Eles também concluíram que a seriedade da infecção aumenta à medida que o IMC (índice de massa corpórea) cresce. 

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3 – Aumento no risco da formação de coágulos

Foi esse fator que provocou a morte do jornalista Rodrigo Rodrigues da Globo e da Sportv. Estudiosos da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, foram atrás de explicações para essa relação e, depois de analisarem 4 103 pacientes, sendo 44,6% cardíacos, 39,8% obesos e 31,8% diabéticos, notaram que o IMC alto era o problema crônico que mais resultava em internação e necessidade de ventilação mecânica e que os casos mais graves eram aqueles com maior número de marcadores inflamatórios no corpo. Além disso, as lesões provocadas por essa inflamação exacerbada levaram à formação de coágulos, desencadeando quadros de trombose e embolia pulmonar. 

4 – Dificuldade respiratória mais acentuada

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Quando a pessoa tem muito excesso de peso, seu pulmão precisa se esforçar mais do que o normal para se expandir e empurrar o tórax, causando fadiga da musculatura respiratória e seu diafragma também precisa fazer uma força muito maior para vencer a pressão intra-abdominal. A Covid-19, por sua vez, também leva à dificuldade respiratória. Juntando os dois, o corpo do paciente precisa fazer um trabalho muito além do normal para respirar.

5 – Dificuldades em manter dieta saudável

O paciente, mesmo que apresente quadro leve, precisa ter dieta saudável. É importante buscar equilíbrio para uma boa recuperação.

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DR. EDUARDO GRECCO
O Dr. Eduardo Grecco é graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC (SP).  Possui residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo. Especializado em Endoscopia Digestiva Alta pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Professor afiliado da disciplina de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo e coordenador do Serviço e da Residência Médica de Endoscopia da Faculdade de Medicina do ABC. Membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). Membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Membro da Association for Bariatric Endoscopy (ABE). Membro da American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE). Membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO). Consultor da Apollo Endosurgery. Endoscopista Bariátrico do Instituto EndoVitta. Atualmente, é Professor do Curso de Medicina da Universidade de São Caetano do Sul (USCS).