Com número abaixo do esperado, somente 39% dos idosos tomaram a 2ª dose da vacina contra a Covid-19 no Brasil
Este número corresponde a 11,7 milhões de brasileiros com idades acima dos 60 anos

Este número corresponde a 11,7 milhões de brasileiros com idades acima dos 60 anos
A campanha de vacinação contra Covid-19 teve início há quatro meses e já deu abertura que 38 milhões de pessoas recebessem pelo menos a primeira dose do imunizante contra o vírus pandêmico no Brasil.
Apesar do número que traz um efeito otimista, de acordo com dados calculados pelo portal G1 a partir das informações divulgadas pelo OpendataSUS, sistema desenvolvido pelo Ministério da Saúde que registra o número de doses dos imunizantes aplicados no país, apenas 39% dos idosos foram vacinados com as duas doses da vacina contra a Covid.
Colocando esta porcentagem em números reais, na verdade, os 39% correspondem a 11,7 milhões de brasileiros com idades acima dos 60 anos.
A negligência por parte destas pessoas não é o único motivo para o atraso da segunda dose das vacinas. Muitas, principalmente as da faixa etária dos 65 anos, ainda aguardam o período indicado entre uma dose e outra. Vale lembrar que a falta de insumos para a produção das vacinas pode ser um grande empecilho em relação a este número.
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Vacinação contra Covid-19 deve terminar apenas em 2023
John McConnell, editor-chefe da The Lancet Infectious Diseases, revista científica que publicou os mais importantes estudos sobre a pandemia e os imunizantes nos últimos meses, refletiu que se continuarmos nesse ritmo, as vacinas só estarão disponíveis para a população mundial no final de 2023.
“Existe um mecanismo global chamado Covax, que foi projetado para comprar vacinas e distribuí-las a países que não têm condições de financiar seus próprios programas de vacinação. No atual momento, esse programa foi elaborado para ajudar a vacinar apenas 20% das pessoas nessas nações de baixa e média renda. Na atual progressão, levará até o final de 2023 para que as vacinas estejam disponíveis para todas as pessoas do mundo. É imperativo que outros países, quando tiverem vacinado totalmente as suas populações, disponibilizem as doses restantes aos governos que não têm condições de pagá-las. Alguns desses países mais ricos chegaram a contratar uma quantidade de vacinas suficientes para cobrir três ou quatro vezes a sua população total”, pontuou o cientista em entrevista à BBC News Brasil, publicada nesta última quarta-feira, 19 de maio.