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“Decidi seguir em frente e acreditar no meu sonho”, disse André após largar carreira para viver do futevôlei

Ele tinha uma promissora carreira como farmacêutico, quando o esporte (re)apareceu na sua vida e mudou tudo

Futevôlei – Acervo Pessoal / André Plec

Era supervisor de Garantia da qualidade e, em paralelo, decidi começar a estudar e fazer o que eu realmente gostava. Trabalhava no laboratório das 08h às 17h e depois disso dava aulas de futevôlei das 18h às 23h, isso de segunda a sexta”.

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Foi isso que disse André Plec. Farmacêutico pós graduado, ele trabalhava em uma famosa indústria homeopática, localizada no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Com um emprego estável, um promissor futuro dentro da empresa, ele até tinha o que muitos almejam por anos.

+++LEIA MAIS: Olá, bem-vindos à Coluna Viva Esporte!

Porém, foi em 2016 que ele viu seu mundo girar mais do que uma bola de futebol durante seu vôo em um chute. Tudo começou quando, no condomínio que a sua irmã morava, fora instalada uma quadra de areia. Foi ali o ponto de partida, ou aproveitando os jargões esportivos, “o apito inicial foi dado”.

André sempre teve a sua vida ligada à prática esportiva. Desde pequeno, jogava bola na rua com seus amigos e também na escola, o que lhe rendeu brincadeiras por parte da família: “Minha mãe sempre falou que eu não podia ver uma bola que já saia correndo atrás”.

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Jogara, ao longo de sua vida, vários esportes, como futebol (o que lhe rendeu uma bolsa integral em uma renomada faculdade de São Paulo), futsal, vôlei, basquete, além da academia, que o ajudou a ter um bom porte físico.

Mas voltando para o futevôlei, como dito antes, tudo começou com a quadra no prédio de sua irmã. Por lá, ele chamava seus amigos das quadras para jogar, de maneira amistosa e sem nenhuma técnica, algumas partidas, foi dali que despertou a vontade em se aprofundar no esporte. E a ajuda para essa difícil missão, dada as poucas quadras de areias disponíveis na época, estava mais perto do que se pensava. Para falar a verdade, estava no mesmo prédio.

Com esse seu vizinho, que depois viria até a ser uma dupla nos torneios, eles jogavam independentemente das condições climáticas (para quem vive em São Paulo, sabe como o clima gosta de mudar).

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O futevôlei, que de passatempo virara um “vício”, começou a fazer a cabeça de André, a ponto de que, em 2017, ele iniciou as aulas na faculdade de Educação Física, já com o desejo de tornar o hobby, uma profissão.

A rotina era pesada. Trabalho na indústria farmacêutica, treinos de futevôlei e as aulas na faculdade. André contou que, no início, a ideia não fora aceita pelos amigos e familiares: “Ouvi muitas pessoas falarem que era loucura, que eu estava cometendo um grande equívoco. Que eu estava largando uma carreira certa por uma paixão, mas decidi seguir em frente e acreditar no meu sonho e em promover saúde e uma vida mais saudável para as pessoas”.

Em 2018, então, foi o ano da mudança. Ele recebeu uma proposta de dar aulas de futevôlei, o que lhe fez trocar em definitivo, os jalecos pelo protetor solar, a bola e shorts (ou sunga, como preferir).

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André Plec
Antes (esq.) e depois (dir.) de André no futevôlei (Crédito: Acervo Pessoal)

O FUTEVÔLEI NA PRÁTICA  

Além de toda importância na vida profissional do André, o futevôlei também teve um peso gigante em seu condicionamento físico e em outros fatores: “(O esporte) me ajudou muito na perda de peso, desde que comecei a praticar perdi cerca de 17kg, isso fez com que eu obtivesse uma qualidade de vida muito maior, e como consequência uma melhora na estética e consequentemente na autoestima. Por ser competitivo comecei a me preparar melhor e criar uma rotina de treinos e alimentação mais regrada e saudável”.

Ele, tanto como professor e como apaixonado pelo esporte, sempre ressalta as qualidades da prática: “Apesar da necessidade de se ter uma quadra de areia para a prática do futevôlei, a simplicidade do esporte faz com que ele seja altamente cativante. O fato de não precisar de um calçado específico, sendo necessário uma sunga e/ou um shorts para os homens e podendo ser praticado de biquíni pelas mulheres, ou shorts e top, além de ser um esporte praticado ao ar livre traz uma sensação única, diferente de qualquer outro esporte”.

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Não tem como negar que o condicionamento físico é uma chave para um bom rendimento, e isso não se restringe ao futevôlei. Mas por conta dos movimentos, muitos acreditam que seja um esporte que precisa se iniciar com uma idade relativamente baixa.

André desmentiu esse mito da idade e recomendou a prática para todos(as): “A sensação de liberdade, atrelado a simplicidade dos recursos para a prática da modalidade, e o fato de poder ser praticado por duplas, trios ou quartetos faz com que não sejam necessárias muitas pessoas, além de ser altamente inclusivo, podendo ser praticado por pessoas de qualquer idade”.

André Plec no futevôlei
André em ação no futevôlei (Crédito: Acervo Pessoal)

 
PALAVRA DO PROFESSOR

A história do André com toda certeza é uma inspiração para todos, independentemente se a prática esportiva for o futevôlei ou não.
Mas com certeza, muitas dúvidas rondam a cabeça de quem tem esse esporte como um desejo, já que não é muito falado e não se sabe muito sobre regras, técnicas e por aí vai…

O professor de futevôlei de São Paulo, Elan Viana, faz questão de tranquilizar e reforçar a grande abrangência do esporte.

“Além da melhora técnica do futevôlei, melhora das capacidades físicas, tais como: aumento de força, resistência, potência e velocidade. Um treino de futevôlei bem direcionado pode promover ainda controle da gordura corporal, diminuição da frequência cardíaca em repouso, aumento do volume de sangue circulante, diminuição da pressão arterial e Menor risco de doenças cardiovasculares”, disse o professor.

Apesar disso, Elan afirmou que, em alguns casos, a prática deste esporte deve ser mais cautelosa, como as de quem possui pressão arterial alta, problemas cardíacos ou quem sofre de trombose ou até que teve embolia pulmonar recentemente. Caso tenha um desses diagnósticos e queira fazer, procure um médico para ter o aval de um profissional da saúde, além de estar alinhado com o educador físico.

 “As partes do corpo mais exercitadas são os membros inferiores (sóleo, panturrilhas, coxas), também a região do core (músculos abdominais, paravertebrais e glúteos)”, falou Elan ao ser perguntado sobre as regiões mais recrutadas durante a prática.

Assim sendo, seja com uma história de superação ou com olhares mais técnicos, o pé na areia e a bola rolando parece juntar duas paixões do povo brasileiro, sendo uma pedida quase que perfeita para quem quer se condicionar e não abrir mão de ambientes abertos.

Acredito que vocês já estejam com os trajes de banho vestidos e o protetor solar em mãos (e francamente, também estamos!), saiba que é mais fácil do que se imagina achar algum lugar para poder praticar o futevôlei sem precisar de um bate-volta para a praia.

Existem vários beach club’s (Clubes de praia) espalhados em grandes cidades e no interior também, é procurar o seu app de pesquisa favorito e achar o clube que mais se encaixa na sua rotina – e no seu bolso – (mas lembre-se antes de qualquer prática, passar por um exame médico!)