Influencer Laís Brito revela rotina de autocuidado pós-maternidade

A chegada da maternidade promove uma série de mudanças na vida de uma mulher. Seja no trabalho ou nas tarefas diárias, toda a logística passa a ser direcionada à criança. E, na maioria das vezes, a pessoa tende a deixar de lado os cuidados que costumava ter consigo antes de ter filhos.

A influenciadora Laís Brito, que fala sobre os desafios da maternidade em seu canal no YouTube, afirma que é possível resgatar hábitos anteriores a tal momento, mas ressalta sobre a importância de se abrir ao novo, a importância de se redescobrir.

“O que eu acho mais importante neste momento de pós-parto é que possamos viver inteiramente esse período. É um período delicado, são muitos hormônios, muitas coisas novas acontecendo e ficarmos buscando encontrar quem éramos pode ser frustrante, pois não vamos achar. Iremos encontrar uma nova versão de nós mesmas, uma nova mulher. Precisamos dar tempo ao tempo e, aos poucos, começamos a nos olhar e nos redescobrir”.

Brito explica que as mudanças hormonais e a nova rotina contribuem para que a mulher acabe se deixando em segundo plano:

“No puerpério, ficamos nessa busca por aquela mulher que fomos. Não sabemos quem somos, pois acabamos de virar mãe, o que demanda 99% do nosso tempo. Quando estamos grávidas, sentimos os hormônios, o bebê se mexendo e nosso corpo se modificando, mas ainda assim somos ‘só’ nós e o nosso corpo. Quando nosso bebê nasce, a nossa própria vida se volta inteiramente para ele e acabamos nos deixando um pouco de lado, pelo menos nesse primeiro período”.

LAÍS BRITO FALA DA IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO PARA A MÃE TER UM TEMPO CONSIGO MESMA

“Quando se fala em tirar um tempo para nós, depois que nos tornamos mães, parece que é um super tempo e que nunca mais vamos conseguir. A minha dica é que a gente vá enchendo o nosso ‘copinho’ do autocuidado ao longo do dia, sabe? Mini tempinhos que a gente possa se olhar, fazer algo por nós, o mínimo que seja, passar um blush para se sentir mais corada, por exemplo. E aí no fim do dia, esse nosso ‘copinho’ já vai estar mais da metade, sendo mais fácil de relaxarmos porque não vamos ficar com aquela sensação completa de estarmos perdidas e esquecidas de nós mesmas. Não precisamos necessariamente tirar um tempo enorme para fazer um spa, por exemplo, são essas pequenas ações que fazemos ao longo do dia, de se cuidar, de se olhar, que vão enchendo esse ‘copinho’ e que mantém aquela mulher, que agora é mãe, mas que antes de tudo é mulher, esteja sempre viva”, afirma.

Para Laís, o importante é que a mulher se sinta bem em primeiro lugar: “Cada mulher é única, às vezes o que faz sentido para mim, não faz para você, então é sobre olhar para dentro para o que vai te fazer se sentir bem. Há dias que eu me sinto bem se eu fizer uma make. No outro, se eu deixar meu cabelo bem do jeito que eu gosto ou até ir numa academia. Então, acredito que precisamos focar no que estamos com vontade de fazer naquele dia, naquele momento. É como eu falei, de encher o copo aos pouquinhos. Você vai pegar coisinhas que você gosta, que irão te fazer bem. Às vezes, somente parar para ler um livro já é uma forma de autocuidado”.

AUTOCUIDADO E SAÚDE MENTAL NO PÓS-PARTO

Conforme o professor de psicanálise, Ronaldo Coelho, ainda é comum encontrar a ideia de que no puerpério a mulher deve se atentar a coisas que nem sempre são necessárias para sua saúde e do bebê, como deixar de lavar os cabelos. “Essas orientações de conduta não tem a ver exatamente com a saúde, apesar de serem orientadas com objetivo de cuidar da saúde, mas se perpetuam e operam uma função psíquica importante à qual devemos chamar a atenção: elas contém a mensagem de que a mãe deve substituir os cuidados de mulher pelos cuidados de mãe, como se esses fossem mais nobres, mais importantes e que, sem eles, o bebê poderia não sobreviver“.

Esse pensamento, conforme Coelho, pode levar a preocupações e sentimentos de culpa. “A possibilidade de se tornar mãe sem ter que se abandonar como mulher possa ser um caminho interessante para muitas mulheres que rejeitam a maternidade pela consciência dessas mudanças supostamente intrínsecas de seu lugar social”. Para o professor de psicanálise, o autocuidado, “para além de um cuidado apenas com a figura da mãe preocupada com o bebê, pode ser de grande importância para saúde mental da mulher no pós-parto”.

Como a saúde mental é um ponto primordial em todo o processo destacado pela influencer Laís Brito, ela destaca a importância de compreender os limites: “Precisamos entender nossos limites, e os limites dos momentos em que estamos vivendo, e respeitá-los. Não se cobrar. Tem fases da vida que não conseguimos fazer tanto por nós, e está tudo bem, são fases. Se formos aos poucos e sempre enchendo aquele ‘copinho’, não ficamos perdidos no caminho. Cada etapa faz toda a diferença”, finaliza.