“A cafeína e outros ativos encontrados no extrato do café, apresentam propriedades extremamente benéficas para o estímulo fisiológico do ciclo capilar”, explica cientista, mas é preciso cuidado; entenda
As receitinhas caseiras ainda são super requisitadas quando o assunto é o cuidado com os cabelos. Há alguns anos, a discussão envolvendo o uso da cafeína para o crescimento capilar tomou conta do universo da beleza, seja pelos produtos industrialmente elaborados ou pelas misturas caseiras, que prometem o estímulo e o fortalecimento dos fios. No entanto, o uso do café para tal fim ainda é cercado de mitos e verdades.
De acordo com a cientista especializada em Cosmetologia Avançada e Fitoativos Jackeline Alecrim, é importante destacar que, sim, a cafeína realmente é um beneficia diversos aspectos relacionados ao ciclo capilar, chegando a ser indicada para pessoas acometidas pela calvície.
“A cafeína e outros ativos encontrados no extrato do café, apresentam propriedades extremamente benéficas para o estímulo fisiológico do ciclo capilar e o funcionamento folicular, otimizando sua atividade”, explica Jackeline.
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Reforçando a explicação da cientista, um estudo da Universidade Lübeck, na Alemanha, mostrou que a utilização de formulações tópicas, aplicadas no couro cabeludo, contendo cafeína conseguiu estimular o crescimento dos fios de forma representativa.
A especialista também falou sobre o fato de que a substância é essencial na inibição de uma enzima que provoca o afinamento progressivo dos fios e, quadro presente em casos de calvície. Além disso, ela ainda apresenta uma função protetora para as células dos folículos pilosos, o que ajuda na qualidade dos fios também.
Conforme a especialista, os ativos são capazes de promover o aspecto saudável dos cabelos, protegendo os fios em formação, da ação negativa da DHT (diihidrotestosterona, um derivado da testosterona, que prejudica o funcionamento dos folículos capilares).
Segundo Jackeline, a eficácia do produto depende de uma combinação exato de tamanho e concentração dos ativos, além de um meio específico para que a absorção e ação aconteçam. “No café existem milhares de substâncias, sendo que algumas são benéficas e outras com o potencial de prejudicar o ciclo capilar”, ensina.
“No entanto, apesar de alguns fitoativos presentes no café apresentarem tais propriedades, os efeitos só são observados, quando o produto for cientificamente laborado, para que a concentração o tamanho das moléculas, estejam na apresentação correta para atravessar as barreiras do couro cabeludo, alcançando os folículos”, ensina. A cientista explica ainda que os efeitos só são observados com a aplicação de formulações tópicas específicas para o couro cabeludo.
“Não existem evidências científicas que correlacionem o uso oral da cafeína aos efeitos, somente por meio da via folicular (localizada no couro cabeludo), que é considerada a mais rápida e efetiva na disponibilização da cafeína para ação benéfica do ciclo capilar”, defende Jackeline.
Já sobre as misturinhas caseiras, Jackeline falou sobre os riscos da utilização dessas receitas.
“Misturar café em formulações cosméticas não é uma boa ideia, já que as grandes partículas podem causar obstrução no couro cabeludo, distúrbios de oleosidade e até mesmo queda capilar”, finalizou.
Ainda sobre Jackeline Alecrim
Jackeline é graduada em Farmácia e possui especialização em Cosmetologia Avançada, Fitoativos e Farmacologia Clínica. Atua no ramo de pesquisa, desenvolvimento e posicionamento mercadológico de cosméticos e dermocosméticos científicos inovadores, consultoria científica e empreendedorismo estratégico. Além de ampla experiência no ramo de educação superior como docente de disciplinas como Cosmetologia, Farmacologia Clínica, Química Farmacêutica e Empreendedorismo em saúde, área na qual atuou por 9 anos.
