Estudo revela que risco de mulheres com endometriose sofrerem derrame é 34% maior; ginecologista revela que nem sempre a doença é a principal causa dos riscos
Na última quinta-feira, 21 de julho, um novo estudo dos Estados Unidos revelou que a endometriose aumenta o risco de AVC e derrames. Não só isso, a doença que causa o aumento do endométrio ainda apresenta maiores propensões para doenças cardiovasculares.
Com uma análise de mais de 110.000 pacientes entre 25 e 42 anos, os pesquisadores estudaram por 28 anos seus casos e seus hábitos e condições como ingestão de álcool, sobrepeso, ciclo menstrual, uso de anticoncepcional, tabagismo, além de pressão e colesterol alto, histerectomia, ooforectomia e terapia hormonal pós-menopausa.
Com exames a cada dois anos, então, 893 AVCs foram catalogados pela equipe.
Resultando, portanto, num risco de 34% maior comparado àquelas que não sofrem com a doença. Além disso, as pacientes que fizeram histerectomia e/ou ooforectomia, ou uso de hormônios pós-menopausa aumentaram ainda mais os riscos, em 39% e 16%, respectivamente.
* Leia também:
Apesar dos resultados positivos do estudo, Dr. Marcelo Ponte, ginecologista, obstetra e especialista em estética íntima, explica com mais detalhes essa relação. Segundo o doutor, os riscos realmente existem, no entanto deve se considerar demais fatores além do diagnóstico da endometriose.
“A endometriose é uma doença ginecológica crônica inflamatória, portanto, associada a estresse oxidativo e um perfil lipídico adverso, pode ser relacionado a eventos tromboembólicos. Porém, esses eventos estão mais relacionados ao tratamento da endometriose”, explica.
Por isso, ele demonstra que anticoncepcionais e outros tratamentos, como a retirada dos órgãos, são os verdadeiros responsáveis por esse aumento. “O uso de pílulas anticoncepcionais orais combinadas aumenta consideravelmente o risco de trombose venosa e acidente vascular cerebral”, revela. “Os ovários também exercem um papel protetor para doenças cardiovasculares, portanto cirurgias para endometriose que necessitam da retirada de ambos os ovários aumentam o risco cardiovascular”.
