Implantes hormonais podem ser aliados de trangêneros no processo de transição

Segundo o especialista Aldo Grisi, os implantes hormonais são opções eficazes para a hormonização contínua, especialmente para as pessoas trans

Saiba como os implantes hormonais podem ser aliados de pessoas em transição de gênero – Unsplash/ Reproductive Health Supplies Coalition

A terapia hormonal faz parte do processo de transição de boa parte das pessoas trans, uma vez que a conformidade com o gênero também passa pela aceitação de seu próprio corpo. O implante hormonal surge como uma opção eficaz e confortável para que os transgêneros vivam com a maior qualidade de vida possível.

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Este tipo de implante funciona com a ajuda de pellets, isto é, palitos que são introduzidos embaixo da pele. “Eles vão liberando hormônios em pequenas dosagens. Mas seu diferencial é que o paciente tem uma liberação de medicação gradual, contínua e prolongada”, aponta o médico Aldo Grisi. Assim, é um procedimento indicado para o público trans, ainda mais do que a ingestão oral ou a injeção.

“A ingestão oral de hormônios aumenta o risco de efeitos colaterais e hepatotoxicidade, isto é, problemas no fígado. Além disso, precisam ser usadas doses maiores para alcançar o objetivo”, explica. 

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Em homens trans, o hormônio mais utilizado é a testosterona. Já nas mulheres trans é o estrógeno. Porém, apesar de trazer benefícios, especialmente para a saúde mental desse público, existem alguns cuidados a serem tomados no uso dos implantes hormonais.

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“Não podemos esquecer de modular todo sistema endócrino, pois não é apenas aplicar hormônio: precisamos suprimir alguns outros da produção endógena do próprio paciente”, explica.

Existe uma faixa etária mais recomendada. Geralmente é a partir da puberdade, mas isso é relativo. A obesidade também precisa ser levada em consideração. Por ser uma doença crônica, devemos fazer o seu controle em paralelo com a aplicação de hormônio”, destaca.

A demanda pelo procedimento, apesar de ainda tímida, é maior por parte das mulheres trans, de acordo com o especialista. 

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Porém, infelizmente, uma grande parcela ainda não chega até nós, médicos, e optam em fazer por conta própria. Por isso, acabam em resultados por vezes muito prejudiciais, que colocam a saúde dessa comunidade em risco”, lamenta.

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Vale ressaltar que o uso do implante pode causar possíveis efeitos colaterais – assim como qualquer outro tipo de medicamento. Por isso, ele precisa ser feito com acompanhamento médico a longo prazo por uma equipe multidisciplinar.

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“Os efeitos colaterais são reais, mas não são próprios do implante hormonal, e sim, de algumas substâncias e doses que podem ser usadas”, destaca. “Desta maneira, fazemos um tratamento personalizado, com dosagens específicas para reduzir o risco de essas reações surgirem. Contudo, caso haja algum efeito, teremos mecanismos para revertê-los”, enfatiza.

“Também é importante darmos todo o suporte para o paciente, até mesmo para iniciar o tratamento, já que ele  deve passar por uma avaliação psiquiátrica e já comparecer à consulta munido de um relatório que nos oriente”, completa.

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