Uso excessivo de telas pode mesmo prejudicar visão, alerta especialista

Especialista diz que a luz azul pode chegar à retina e ser um fator de risco para certas doenças, como a degeneração macular relacionada à idade

Uso excessivo de telas pode mesmo prejudicar visão, alerta especialista
Uso excessivo de telas pode mesmo prejudicar visão, alerta especialista – Foto: Freepik

Você sabia que o uso excessivo de telas pode mesmo prejudicar visão? Te explicamos! Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que o Brasil tem atualmente cerca de 258,3 milhões de celulares. As telas desses aparelhos, assim como as de televisores, tablets e computadores, são uma presença constante no dia a dia de boa parte dos brasileiros, desde o momento em que acordam até a hora de dormir.

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Segundo um levantamento da Electronics Hub, os brasileiros passam mais da metade das horas em que estão acordados usando um computador ou celular, aproximadamente 56,6%. O Brasil é o segundo país que mais gasta tempo com telas no mundo. Em 1º lugar aparece a África do Sul. No entanto, especialistas e pesquisas científicas alertam que passar muitas horas em frente a esses aparelhos pode ser prejudicial à visão.

Segundo a oftalmologista e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), Luciane Moreira, a luz azul emitida pelos dispositivos eletrônicos consegue atravessar a córnea e agredir a retina, pois o olho não tem um filtro específico para esse tipo de iluminação.

Uso excessivo de telas pode mesmo prejudicar visão!

“A luz azul pode chegar à retina e ser um fator de risco para certas doenças, como a degeneração macular relacionada à idade. Quando me perguntam se usar telas faz mal, faço uma analogia entre o uso de telas e o consumo de sal. O problema é o excesso. Comer algo pouco salgado não faz mal, mas exagerar no sal pode, sim, prejudicar a saúde”, explica.

Segundo a médica, a tecnologia é uma necessidade diária na vida contemporânea, inclusive para crianças, mas é importante estabelecer limites. “A saúde ocular das gerações mais novas, que já nascem habituadas às facilidades tecnológicas, pode ser ainda mais prejudicada”, diz.

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Estudos apontam que crianças e jovens estão mais propensos a desenvolver a miopia – dificuldade em enxergar à distância – mais precocemente do que as gerações anteriores. Estima-se que até 2050, 50% da população mundial seja míope.

“Existe uma associação entre o excesso de exposição a telas na primeira infância e um atraso no desenvolvimento cognitivo e na linguagem, além de alterações sociais e de sono. Por isso, é preciso impor limites para evitar que essas crianças sejam expostas desnecessariamente a uma série de doenças”, alerta a oftalmologista.

O uso excessivo de telas pode causar um aumento do diâmetro anteroposterior do olho, resultando em miopia ou agravando o quadro de quem já tem o problema. Para evitar a progressão da miopia, a médica sugere algumas providências.

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“Tente não coçar os olhos, mantenha uma distância mínima de 40 centímetros das telas, faça pausas de 20 segundos a cada 20 minutos de uso e use filtros de luz azul nos óculos ou nas próprias telas. Além disso, os ambientes em que esses aparelhos são usados para leitura devem ser sempre bem iluminados, como se estivesse lendo um livro impresso”, recomenda.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) recomenda evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas. Para crianças de dois a cinco anos, o ideal é limitar o tempo de telas a, no máximo, uma hora por dia, com supervisão. Crianças de seis a dez anos devem ter um limite de duas horas por dia, também com supervisão. Já os adolescentes de 11 a 18 anos devem ter um limite de duas a três horas por dia.

Além disso, não se pode esquecer da síndrome causada pelo uso prolongado do computador, conhecida como cansaço visual digital. “Essa condição ocorre quando a pessoa fica muito tempo, sem fazer pausas, olhando para a tela do computador. Esse hábito pode causar dor de cabeça, desconforto nos olhos, sensação de areia nos olhos e visão embaçada, indicando fadiga ocular”, finaliza a professora.

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