Sobrepeso tem efeito deletério sobre as articulações. Sobrecarga excessiva agride a cartilagem e acelera sua degeneração
A obesidade é uma doença crônica que afeta quase 1/4 da população brasileira, mas o sobrepeso acomete quase seis em cada 10 brasileiros.
“Quando o corpo fica maior devido ao acúmulo de gordura, há uma sobrecarga sobre as articulações, com um ‘trauma’ repetitivo e excessivo da cartilagem, levando a sua degeneração. Além disso, o sobrepeso e a obesidade inflamam o corpo e geram diversas condições e propensão para desenvolver problemas, como artrite e artrose, além de aumentar as dores”, explica o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva.
Segundo o médico, essa situação é chamada de degeneração da cartilagem articular, de causa principalmente mecânica. “Hoje, sabemos que essa é uma das maiores preocupações na área da ortopedia e reumatologia, possuindo relação direta com a osteoartrose”, explica o médico.
Além disso, há um risco também de condromalácia, condição que mais afeta indivíduos com alto grau de obesidade. “Nesse caso, a sobrecarga gera inflamação na cartilagem, que fica mole com o tempo. Se o diagnóstico demorar a ser feito, o joelho pode ficar inoperável, piorando suas condições gradativamente”, diz o médico.
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Outras lesões geradas por excesso de carga são: lesão da cartilagem e lesão meniscal degenerativa. “Em ambos os casos, podemos ter quadros graves, ainda mais em pacientes em que a obesidade intensificou problemas no joelho já existentes”.
Dor, inchaço e rigidez do joelho são os principais sintomas. Com a dor, algumas pessoas tendem a evitar o movimento, pela dificuldade, o que acaba levando ao sedentarismo. “Os pacientes sedentários apresentam uma diminuição da massa muscular que acarreta a perda de proteção das articulações, que foram feitas para o movimento. Se muito tempo paradas, sofrem um processo de atrofia e rigidez que acarreta ainda mais dor”, acrescenta o médico.
Para o tratamento, a fisioterapia e/ou a cirurgia pode ser indicada, dependendo do caso, mas é necessário perder peso, segundo o médico. “Iniciar uma rotina de exercícios e alimentação equilibrada são essenciais”, destaca o especialista.
“Devemos evitar grandes quantidades de açúcar e sal para o controle de peso, excesso de álcool e gorduras que aumentam o ácido úrico (que pode levar à inflamação das articulações) e também favorecem o ganho de peso. Devemos primeiro ter como meta o controle ou adequação de peso, evitando o excesso de peso. E em segundo lugar a manutenção da massa magra ou musculatura que tem como efeito secundário a proteção das articulações. Assim, devemos privilegiar a ingestão de proteínas e uma correta hidratação”, finaliza o Dr. Marcos.
