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Sequelas que a COVID pode deixar e cuidado com exercícios físicos | com Dr. Nemi Sabeh – Freepik

A infecção pelo coronavírus pode ir da assintomática à morte. Entre os dois extremos, pessoas que tiveram versões leves da doença ou estiveram internadas podem desenvolver a chamada Síndrome Pós-Covid19. 

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Apesar de ser diferente de pessoa para pessoa, os pulmões são o órgão-alvo da covid19, mas pesquisadores concluíram que o vírus pode se espalhar por outros órgãos, como o coração (batimento cardíaco rápido), nervos (dores musculares e nas articulações) e cérebro. 

“Assim que a pessoa sai do hospital e não está mais transmitindo o vírus precisa procurar um especialista para uma abordagem multidisciplinar, avaliação e acompanhamento”, orienta Nemi Sabeh Jr, médico e cirurgião ortopedista do esporte, coordenador das Seleções Femininas de Futebol. 

Em casos graves, entre as principais sequelas, o padrão respiratório pode ser alterado por conta da fibrose pulmonar. “Após o processo inflamatório da pneumonia, o pulmão faz uma fibrose para cicatrizar e acontece esse descompasso. Além do diagnóstico do pneumologista, a pessoa pode investir em fisioterapia pulmonar, com técnicas que monitoram a respiração e fortalecem os músculos da região, aliada a yoga, que também usa métodos para controlar a respiração, explica o especialista, que é integrante do núcleo de especialidades do Hospital Sírio Libanês e idealizador da On, centro integrado de evolução corporal, em São Paulo e em Assis (SP). 

O trombo embólico também decorre da covid19. Coágulos dentro do vaso sanguíneo podem tamponar uma artéria e evitar que o sangue irrigue os tecidos, acometendo pulmões e membros inferiores. “A trombose nos membros inferiores requer repouso e medicação específica no início, e depois uma readaptação vascular com treinos que envolvem a melhora da circulação corporal, como atividades aeróbias”, comenta Nemi Sabeh Jr. 

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Após dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), as lesões neurológicas podem ocorrer. O paciente pode ficar muito tempo na mesma posição, ocasionando compressões de nervos periféricos, como o nervo ciático, fazendo com que os músculos percam a força. “É um caso em que o paciente precisa aliar a fisioterapia de manipulação neurológica ao estímulo elétrico sensorial, tudo com aparelhos para que o músculo volte a ter contração e mantenha o tônus”, destaca o cirurgião médico. 

Exercícios Físicos 

O retorno aos treinos passa por três critérios: assintomáticos, quem teve sintomas leves, e quem teve sintomas graves e acabou ficando internado. De qualquer forma, estudo da American Medical Association afirma que a presença de lesão cardíaca entre pacientes hospitalizados com COVID-19, em grande parte uma população mais velha com comorbidades preexistentes, surgiu como um importante determinante do prognóstico. “Por isso, qualquer pessoa antes de começar atividade física e principalmente se teve o coronavírus, mesmo assintomático, deve repetir os exames cardíacos, como eletrocardiograma e teste ergométrico de ecocardiograma”, sugere Nemi Sabeh Jr. 

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Depois precisa fazer o Índice de Evolução Corporal (IEC), um teste do composto do corpo e do desempenho do corpo. A quantidade de massa muscular presente é tão importante quanto a presença de força, mobilidade e equilíbrio mental. “O tratamento vai das correções dos problemas detectados no IEC associado ao diagnóstico médico”, comenta o especialista. 

Por fim, quem não teve sintoma, pode voltar a fazer o exercício leve após 20 dias. Para aqueles que apresentaram sintomas leves do coronavírus, precisam ser avaliados por um médico do esporte para a liberação do exercício, mas a volta também deve ser com atividades simples. Já os pacientes que apresentaram os sintomas graves, podem demorar um pouco mais para voltar, cerca de dois a três meses, e só após a liberação e acompanhamento do médico do esporte. 

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