”Preciso controlar o peso antes de engravidar?” Médico responde!

É preciso emagrecer, controlar o peso, para engravidar? Essa dúvida comum foi respondida pelo Dr. Fernando Prado, médico ginecologista e obstetra

”Preciso controlar o peso antes de engravidar?” Médico responde! – Pexels/ Ivan Samkov

Estar acima do peso pode representar um risco de desenvolvimento de diversas doenças metabólicas, além de problemas como câncer e doença cardiovascular. Mas os muitos quilos a mais – ou a menos – na balança podem também interferir na fertilidade.

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“A ovulação e a função reprodutiva são eventos biológicos dependentes das reservas energéticas do corpo. Não só o peso em específico, mas principalmente a composição corporal e a distribuição de gordura no corpo, além da qualidade da dieta e o sedentarismo, podem, sim, estar ligados à infertilidade feminina”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. “Extremos como magreza e obesidade são considerados fatores de risco para infertilidade ovulatória entre as mulheres”, acrescenta o médico.

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Especificamente sobre o excesso de peso corporal, o médico explica que ele está associado a distúrbios do ciclo menstrual e infertilidade, especialmente porque interfere na fase de ovulação. “Sabemos que os distúrbios ovulatórios representam 25 a 50% de todas as causas de infertilidade em mulheres, e uma proporção significativa está direta ou indiretamente relacionada ao sobrepeso e à obesidade”, conta o médico.

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A interferência pode acontecer em níveis abaixo da obesidade. Um estudo brasileiro feito com base em 263 prontuários de pacientes do sexo feminino inférteis que realizaram tratamento de reprodução assistida e tinham ciclos menstruais regulares mostrou uma associação perigosa entre aumento de peso e infertilidade. “O trabalho mostrou que o excesso de peso se associou significativamente à anovulação (termo que define a ausência de ovulação). O IMC (Índice de Massa Corporal) acima da faixa normal comprometeu a ovulação em mulheres inférteis não obesas com ciclos menstruais regulares”, conta o médico.

Na gravidez, aumenta-se o risco de diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia

Além disso, quando ocorre a gravidez, aumenta-se o risco de diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial na gestação). O especialista enfatiza que a mulher que deseja engravidar, se apresentar alterações metabólicas como obesidade e resistência insulínica ou histórico familiar de diabetes, deve ser orientada quanto aos riscos do desenvolvimento de diabetes gestacional e encorajada a fazer mudanças imediatas no hábito alimentar, como a redução no consumo de açúcares, e praticar atividades físicas, para ajudar nas chances de concepção e na prevenção de doenças durante a gestação. “Uma perda de 5 a 10% do peso já é suficiente para ajudar a regular o ciclo menstrual, restaurar a fertilidade e evitar os riscos na gravidez”, diz o médico.

Outro ponto importante é o risco de desenvolver tumores no útero, como a hiperplasia ou câncer de endométrio, que estão relacionados com a anovulação crônica. “Quando não acontece a ovulação, não há progesterona sendo produzida e então o endométrio não descama e não acontece a menstruação. Esse endométrio (tecido que reveste o útero) pode continuar crescendo bastante, o que eleva o risco de alterações nas células, gerando hiperplasia ou mesmo câncer de endométrio”, explica. “O melhor a fazer é buscar ajuda médica de um especialista em Reprodução Humana, bem como readequar a dieta com orientação de um nutricionista e, de preferência, buscar fazer atividade física supervisionada por um professor. Mas, se não for possível a supervisão, é importante que a paciente com sobrepeso comece devagar, com caminhadas ou atividades mais leves. Qualquer atividade física que aumente o gasto calórico já é vantajosa quando aliada com uma reeducação alimentar”, finaliza o médico.

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FONTE:

*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Whatsapp Neo Vita: 11 5052-1000 / Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.

LINK do estudo: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/kPjrLzqCVV7GRccfzVDVmkx/

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Editora Viva Saúde