Primeiro atleta com paralisia cerebral de grau severo a completar um triathlon aponta o que ele usa como norte em sua história de superação e que serve para todas as pessoas
Embora os indivíduos com paralisia cerebral tenham deficiências motoras, é essencial que se exercitem para sua saúde geral. A inatividade física é um importante fator de risco para complicações como doenças cardíacas, pressão alta e osteoporose.
Em última análise, o melhor esporte para pessoas com paralisia cerebral vai depender da preferência de cada indivíduo. Pode-se praticar qualquer esporte que quiser, desde que estejam dispostos a tentar e se adaptar.
Um exemplo que comprova isso é o triatleta Samuel Bortolin. O brasileiro é o primeiro com paralisia cerebral de grau severo a completar um triathlon.
Falando sobre o caso, o Pós PhD Neurocientista Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela comentou que como as habilidades funcionais em indivíduos com paralisia cerebral podem variar muito, as organizações desenvolvem sistemas de classificação para colocar crianças com PC em esportes contra competidores com níveis funcionais relativamente semelhantes.
“Os melhores esportes para paralisia cerebral são aqueles que mantêm ativo, engajado e seguro. A paralisia cerebral é uma deficiência motora que pode variar de leve a grave. Ela resulta de malformações cerebrais que ocorrem antes do nascimento, durante o período em que o cérebro está se desenvolvendo ou de danos cerebrais que ocorrem antes, durante ou logo após o nascimento”.
Outro ponto destacado pelo neurocientista foi o de que a neuroplasticidade torna-se crucial nesses casos relacionados aos neurônios motores e à cognição. Já o próprio Samuel fez questão de apontar quatro pontos que ele usa como norte em sua história de superação, e que servem para todas as pessoas:
“1- Faça da sua dificuldade o seu motivo;
2- Focar na solução é sempre a melhor opção;
3- Não subestime o poder de ser um pouquinho melhor a cada dia;
4- Quem é bom em dar desculpas, não é bom em mais nada”.
