Mulheres têm mais dificuldades ao tentar parar de fumar, conforme estudo
No estudo, as mulheres apresentaram mais dificuldades no primeiro dia de abstinência
No estudo, as mulheres apresentaram mais dificuldades no primeiro dia de abstinência
O desejo e a decisão de querer parar de fumar já é um passo grandioso na vida de um fumante, mesmo que tenha um caminho longo a ser percorrido pela frente. Ao olhar o cenário de tabagismo no Brasil, percebe-se uma queda no número de usuários. Um levantamento feito pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) indica que, em 2006, a quantidade de fumantes era de 15,7% e, em 2020, o índice chegou a 9,5%.
Dentre os fumantes no Brasil, os homens são os que prevalecem, mas, as mulheres podem ter mais dificuldades ao tentar parar de fumar. É o que mostra uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Faculdade de Medicina do ABC, Columbia University e University of Pennsylvania.
E não são apenas as mulheres brasileiras que enfrentam árduos obstáculos: esse cenário pode ser visto em outros países. Com base em dados da Global Adult Tobacco Survey, os pesquisadores fizeram uma análise nos seguintes países: Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Paquistão, Filipinas, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia e Vietnã.
Conforme o estudo publicado no Addictive Behaviors, de 3% a 14% das pessoas que não conseguiram largar o cigarro no primeiro dia de abstinência, as mulheres apresentaram 2,1 vezes mais essa dificuldade do que os homens.
Ao Jornal da USP, o pesquisador e orientador de pós-graduação do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do USP, João Mauricio Castaldelli-Maia, disse que a pesquisa ressalta um maior suporte para as mulheres nesse momento. “A gente precisa pensar políticas adequadas para mulheres, considerando fatores como diferente acesso à medicação e pressões desiguais relacionadas à gravidez e ao trabalho doméstico, por exemplo”.
No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) sobre o tabagismo em pessoas com 18 anos ou mais no país mostrou que, em 2019, quase 16% dos homens representavam o total de fumantes, enquanto as mulheres corresponderam a 9,6%.