Já viu o bebê com síndrome do cabelo impenteável? Entenda a condição!
Acredita-se que existam apenas cerca de 100 pessoas com a síndrome do cabelo impenteável atualmente
Acredita-se que existam apenas cerca de 100 pessoas com a síndrome do cabelo impenteável atualmente
Acredita-se que existam apenas cerca de 100 pessoas com a síndrome do cabelo impenteável atualmente – e o bebê Locklan Samples é uma delas!
Tudo começou em julho de 2021, quando a americana Katelyn Samples, de 33 anos, que postava fotos e vídeos do filho pequeno nas redes sociais, foi questionada por um seguidor se seu caçula não teria a condição (até então, desconhecida pela família).
Instigada, Katelyn procurou um dermatologista pediatra e dito e feito: Locklan foi diagnosticado com a síndrome do cabelo impenteável. Além dos fios arrepiados, o menino desenvolveu uma “pele extremamente sensível”.
Segundo a mãe, o filho nasceu com os cabelos como os de toda criança. Os pais só começaram a nota algumas mudanças aos seis meses, quando os fios começaram a arrepiar e era difícil até mesmo molhar o cabelo no banho. “Assim que seca, ele volta a subir”, disse.
O bebê chamou tanta atenção na internet, que ganhou um perfil próprio, administrado pela família, e já conta com quase 40 mil seguidores.
É certo que desde o instante que nascemos até a adolescência e começo da vida adulta, nossos cabelos podem sofrer diversas mudanças de textura, tonalidade e cumprimento, mas para pouco mais de 100 pessoas no mundo todo, uma alteração rara e conhecida como Síndrome do Cabelo Impenteável pode mudar drasticamente a estrutura dos fios ainda na infância, transformando cabelos que nasceram lisos e castanhos, em loiros e eletrizados, impossíveis de pentear.
“A Síndrome dos Cabelos Impenteáveis é causada por uma mutação dos genes responsáveis pela formação de proteínas dos cabelos. Ela ocorre ainda na infância e faz com que os fios que naturalmente tem um formato cilíndrico, nasçam com bordas assimétricas e irregulares, o que os torna quase impossíveis de reagrupar e domar”, explica a dermatologista e tricologista Dra. Ana Carina Junqueira.
PRIMEIROS SINAIS
A especialista afirma que os portadores da síndrome costumam apresentar fios mais finos, sensíveis e quebradiços, secos e frizados, geralmente loiros quase brancos e volumosos, além de crescerem em um ritmo mais lento que o habitual. “Os primeiros sinais tendem a aparecer logo após a primeira troca de cabelo dos bebês, mas podem acontecer em qualquer etapa da infância. O diagnóstico não é tão simples quanto pode parecer e nem mesmo barato, já que só é possível através de testes genéticos e exames microscópicos que possibilitem ver a conformação dos fios, disponíveis em poucos lugares do país”, conta a Dra. Ana.
A boa notícia, segundo a dermatologista é que, por razões ainda desconhecidas, essa condição geralmente melhora com o passar dos anos e os cabelos podem voltar a serem lisos ou ondulados, com uma leve mudança de tonalidade.
Mas, enquanto essa mudança tão aguardada pelos pais não acontece, a dica, de acordo com a Dra. Ana Carina é lavar os cabelos com menos frequência na semana, fazer uso de óleos capilares para conter o volume, além de evitar escovar e prender os cabelos, para não causar mais danos aos fios e de maneira alguma opte por tratamentos químicos alisadores.
Sobre a Dra. Ana Carina Junqueira
Médica especializada em Tricologia clínica e pesquisa. Está no Brasil após uma temporada de cinco anos nos Estados Unidos, no departamento de dermatologia da Universidade de Minnesota – que possui o maior centro de referência dermatológico de pesquisa e tratamentos para cabelo. Os tratamentos são selecionados caso a caso, baseados no diagnóstico personalizado de cada paciente, levando em consideração o histórico clínico meticuloso, coleta de exames hormonais e nutricionais, triagem de doenças autoimunes e exames de imagem.