A pesquisa, publicada na revista especializada PLOS Neglected Tropical, detalhou características estruturais da proteína desoxi-hipusina sintase (DHS) encontrada na Brugia malayi, um dos parasitas transmitidos por picada de mosquito e causadores da elefantíase (filariose linfática), e na Leishmania major, protozoário responsável pela leishmaniose cutânea.
A elefantíase é uma inflamação no sistema linfático que gera acúmulo de líquidos levando a grandes inchaços (edemas) dos membros, principalmente pernas, e em outras partes do corpo do paciente. A doença limita os movimentos e impede que a pessoa mantenha as atividades normais.
Já, a leishmaniose cutânea produz lesões na pele, que demoram semanas ou meses para aparecer após a picada do inseto. A lesão pode persistir por anos e ainda deixar cicatrizes, semelhantes a queimaduras. Entre 2003 e 2018, foram registrados mais de 300 mil casos da doença no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
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AVANÇOS
O grupo obteve dois avanços importantes em relação à proteína DHS – a padronização de uma plataforma de estudo da enzima para a Leishmania major baseada em célula de levedura e a montagem tridimensional da molécula encontrada no protozoário da elefantíase.
Agora, com a identificação desse novo alvo, outras pesquisas ainda serão feitas para desenvolver ou encontrar moléculas inibidoras que interrompam os processos bioquímicos mediados pela proteína e evitem o avanço da doença no organismo.
Caso sejam encontrados inibidores específicos para compor novos medicamentos, será possível reduzir ou até anular os efeitos colaterais. Os tratamentos atuais para as duas doenças ainda têm efeitos que vão desde febre até náusea e insônia. No caso da elefantíase, alguns remédios nem sequer conseguem matar os vermes adultos.