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Esperança para os diabéticos: Pesquisa desenvolve técnica de tratamento com células-tronco

Inicialmente feitos em camundongos, testes devem ser realizados em humanos nos próximos dois a cinco anos

Pesquisa desenvolve técnica de tratamento de diabetes com células-tronco – Freepik

De acordo com o dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, 7% da população brasileira é afetada pela diabetes no Brasil, o que equivale a 12,5 milhões de pessoas. Nosso país é o quarto com o maior número de pacientes no mundo

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Porém, há uma nova esperança para os diabéticos: uma técnica recém desenvolvida para criar células que produzem insulina e que podem protegê-las da rejeição imunológica após um possível transplante.

Na diabetes do tipo 1, o organismo atua contra si mesmo e ataca as células beta das ilhotas pancreáticas (aglomerados de células). Essas células beta são responsáveis por equilibrar os níveis de açúcar no sangue e expelir a insulina para que esse nível permaneça estável. Sem elas, os diabéticos dependem da injeção de insulina.

Pode ser evitada a dependência das injeções com o transplante de ilhotas, porém, há poucos doadores, a operação é complicada, as células podem ser identificadas como invasoras e, assim, podem ser rejeitadas pelo corpo. Desse modo, os pacientes necessitam dos imunossupressores, protegendo o transplante, mas se expondo às doenças.

HILOs

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Como uma nova alternativa uma equipe tentou encontrar outra fonte de ilhotas, fazendo com que as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) produzissem o que a equipe de pesquisa chamou de HILOs (organoides semelhantes a ilhotas humanas).

Os HILOs, cultivados em um ambiente 3D semelhante ao pâncreas e turbinados com uma “chave genética”, produziram insulina e foram capazes de regular a glicose no sangue quando transplantados em camundongos diabéticos.

“Este avanço permite a produção de HILOs operatórios que funcionam desde o primeiro dia do transplante, o que nos aproxima das aplicações clínicas”, diz Ronald Evans, diretor do laboratório Gene Expression Lab do Salk Institute for Biological Studies, ao G1.

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Para resolver o problema da rejeição imunológica, os HILOs foram induzidos a expressar a proteína de controle, PD-L1, a fim de contornar o sistema de defesa do corpo.

“Descobrimos uma maneira de criar um abrigo imunológico que torna as células humanas invisíveis para o sistema imunológico”, aponta. “Ser capaz de cultivar células produtoras de insulina e protegê-las de ataques nos aproxima de uma possível terapia para pacientes com diabetes tipo 1”.

Evans ainda esclarece que ainda faltam anos para que sua pesquisa – iniciada há dez anos – possa ser traduzida em um tratamento para diabetes em humanos. Primeiro, devem confirmar que funciona em outros testes, com estudos de longo prazo.

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O cientista espera que os testes em humanos possam ser realizados dentro de dois a cinco anos.