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Dia Mundial do Lúpus: doença atinge uma a cada 1.700 mulheres no Brasil

No Dia Mundial do Lúpus, o médico dermatologista Dr. Amilton Macedo aponta as causas da doença e explica que o tratamento ocorre de forma individual, pois os casos são específicos

Dia Mundial do Lúpus: doença atinge uma a cada 1.700 mulheres no Brasil
Dia Mundial do Lúpus: doença atinge uma a cada 1.700 mulheres no Brasil – Freepik

A doença que ocorre quando o sistema imunológico do nosso corpo ataca seus próprios tecidos e órgãos é considerada uma condição autoimune. O lúpus consegue atingir diversos sistemas do corpo, causando inflamações nas articulações, pele, rins, coração, pulmões, cérebro e células sanguíneas.

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Nos casos mais graves, a doença pode levar seu portador a ficar debilitado ou até vir a óbito. Apesar de não existir uma cura para a condição, o tratamento é uma alternativa eficaz para o controle da doença e para amenizar seus sintomas.

Dia Mundial do Lúpus

“Por ser pouco conhecida entre as pessoas, o lúpus é uma doença difícil de ser diagnosticada, porque seus sintomas podem variar consideravelmente de paciente para paciente, como a perda de peso, mal-estar generalizado, febre, queda de cabelo, sensibilidade à luz, dor abdominal, entre outros sinais semelhantes a uma virose ou outros tipos de patologias”, explica Dr. Amilton Macedo, dermatologista que atua na área de medicina preventiva há mais de 28 anos.

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Existem quatro tipos de lúpus. O lúpus eritematoso é o tipo mais comum e grave da doença, atingindo múltiplas partes do organismo, como as articulações, pele, cérebro, pulmões, coração, rins e vasos sanguíneos. Caso não seja tratado adequadamente e a tempo, pode acarretar diversas complicações. Já os outros tipos de Lúpus são: discoide ou cutâneo, neonatal e o induzido por medicamentos.

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“O lúpus discoide ou cutâneo se restringe a apresentar lesões vermelhas, arrendadas e descamativas pela pele nas regiões do couro cabeludo, rosto, cervical e tronco. Já o neonatal é um dos tipos de lúpus mais raros que existe. É causado pela passagem de anticorpos da mãe para o recém-nascido através da placenta, durante a gestação”, explica Amilton.

O dermatologista ainda completa que, como o lúpus atinge a maioria das mulheres na gravidez, elas apresentam os anticorpos da doença no sangue. “O feto pode se desenvolver com o surgimento de lesões cutâneas fotossensíveis, alterações hepáticas, hematológicas, ou até mesmo, cardíacas”, diz o profissional.

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“Além disso, existe o lúpus induzido pelos medicamentos, que ocorre quando há um consumo prolongado de medicamentos como a hidralazina, procainamida ou isoniazida, provocando uma inflamação temporária na pele e desaparecendo poucos meses após a interrupção do uso de medicamentos”, continua Dr. Amilton Macedo.

Lúpus atinge uma a cada 1.700 mulheres no Brasil

“A doença atinge uma a cada 1.700 mulheres no Brasil, principalmente em idade fértil, onde são até 9 vezes mais acometidas que os homens. Na gestação, a produção de hormônios responsável por formar o estrogênio exerce um papel importante na patogênese da doença, pois o lúpus é resultado de uma combinação de fatores, como hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais”, explica o profissional.

“Além disso, pessoas com predisposição à doença, podem desenvolver o lúpus ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada como a exposição à luz solar”, ressalta o dermatologista.

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Segundo o médico, para o diagnóstico da doença é necessário a realização de exames e análises de sangue e urina, exame físico, hemograma completo, radiografia do tórax, biópsia renal, recolhimento do histórico clínico da pessoa, e em alguns casos o levantamento de antecedentes familiares. Além de outros testes laboratoriais que podem confirmar a presença de anticorpos anti-Sm e anti-DNA, elementos que são específicos da doença.

Dessa forma, não existe nenhuma análise específica para diagnosticar o lúpus, pois é através da combinação de testes de sangue e urina com os sintomas encontrados nos exames físicos que conduzem ao diagnóstico da doença.

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O tratamento é realizado de forma individual, pois é analisado o grau de severidade da doença e quais órgãos foram atingidos e o uso de corticoides, hidroxicloroquina e imunossupressores podem contribuir na busca pelo controle e remissão do quadro.

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“Já para prevenção de novos surtos, o paciente deve fazer o uso correto das medicações prescritas pelo especialista, evitar a alta exposição solar, o uso de tabaco, deve-se diminuir o consumo de alimentos ricos em açúcar, como refrigerantes, bolos, e sorvetes, e alimentos ricos em gordura, como frituras, biscoitos e pizzas, pois esses alimentos tendem a favorecer a inflamação do organismo”, recomenda Amilton Macedo.

Adotar hábitos saudáveis de vida também são medidas que podem e devem ser adquiridas para realizar o tratamento do Lúpus, além do uso de protetor solar com fator superior a 30 mesmo em dias nublados, a realização de exames para o controle da doença e ter consultas frequentes com um especialista.