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Dia Mundial de Combate à Tuberculose: mulher descobre a doença cinco meses após início dos sintomas

Tosse persistente, perda de apetite e peso, além do cansaço são sinais da tuberculose; tratamento dura seis meses e medicamentos são fornecidos pelo SUS

Dia Mundial de Combate à Tuberculose: mulher descobre a doença cinco meses após início dos sintomas
Dia Mundial de Combate à Tuberculose: mulher descobre a doença cinco meses após início dos sintomas – Foto: Freepik

Hoje, 24 de março, é Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data foi criada em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.

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Gripe ou covid-19. Essas foram as primeiras suspeitas da empresária Ariane Albino, de 32 anos, quando uma tosse forte não cedia em abril de 2022. Com uma filha de pouco mais de dois anos, logo fez o teste para afastar qualquer risco de covid-19 e começou a tratar uma possível gripe.

Inicialmente com medicamentos comprados na farmácia, melhorava um pouco e a tosse voltava cada vez mais forte. Nesses momentos corria para unidades de Pronto Atendimento, onde recebia antibióticos ou corticóides.

“Dormir uma noite toda era praticamente impossível, porque a tosse era constante. Mas acreditei que estava trabalhando muito, com uma filha pequena em casa e bastante cansada com a rotina pesada e isso refletia no meu corpo”, conta.

Foi após uma viagem ao Chile, em agosto, que os sintomas pioraram ainda mais. “Lá, com o frio mais intenso, subir montanhas, coisas que exigiam muito do meu corpo, comecei a sentir além do cansaço extremo, sudorese noturna”, relembra. Fiquei sete dias lá e na volta comecei a me sentir ainda pior.

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Alerta do risco de tuberculose

O alerta do risco de tuberculose veio de onde menos esperava. O pai da empresária viu uma notícia sobre sintomas de tuberculose em um aplicativo com serviços de saúde criado pela Prefeitura de Curitiba, onde a família mora.

“Meu pai então marcou uma consulta com sua infectologista no mesmo dia. Vendo os sintomas, a médica já suspeitou da tuberculose, pediu exames e saiu o resultado positivo. O susto foi enorme, já que além de eu estar com a doença, corria o risco da minha família ter pego também”, relembra Ariane.

Segundo a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens, a tuberculose deixou de estar tanto no foco e muitos ainda acreditam que a doença está ligada ao HIV positivo, o que é uma grande mentira. No Brasil, só no ano de 2021, mais de 60 mil casos foram notificados e, em 2020, ocorreram mais de 4,5 mil mortes pela doença.

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“A tuberculose tem cura, é feita totalmente pelo SUS e consiste em tomar os medicamentos corretamente durante seis meses. Aliado ao tratamento, deve-se cortar a bebida alcoólica, investir em uma alimentação mais saudável e na atividade física”, explica a especialista.

Transmissão da tuberculose

A tuberculose é contagiosa e a transmissão é direta de pessoa para pessoa. A aglomeração é a principal condição para infecção. No caso das pessoas com tuberculose, a pessoa expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso. A presença de desnutrição, diabetes, tabagismo, uso de drogas, queda da imunidade são fatores de riscos para que a macro bactéria se multiplique e desenvolva a infecção.

Quando procurar ajuda?

A infectologista Camila Ahrens alerta que em casos de tosse persistente e perda de apetite é importante ligar o alerta e procurar uma unidade de saúde para fazer o exame da tuberculose. Quando tratada corretamente ela tem cura e não deixa sequelas.

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“Apesar da Ariane descobrir o diagnóstico apenas cinco meses depois, ela ficou sem nenhuma sequela e quatro dias antes de tomar os últimos comprimidos descobriu uma nova gravidez. Tuberculose é uma doença perigosa, mas quando tratada tem cura”, ressalta a infectologista.