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Covid-19: start-up francesa testa vacina universal com dose única na vida

A ideia é utilizar a parte interna do vírus, mais estável, e ativar a chamada imunidade citotóxica, que leva os linfócitos T, que atuam na resposta antiviral que destroem diretamente as células contaminadas

Covid-19: start-up francesa testa vacina universal com dose única na vida – Pexels

As vacinas contra a covid-19 disponíveis atualmente são eficazes para prevenir formas graves da doença. Mas muitas questões continuam sem resposta: as imunizações evitam a transmissão do Sars-CoV-2? Quanto tempo dura a imunidade do vacinado? Como driblar as diversas mutações de um vírus que circula ativamente, em larga escala, pelo mundo todo? 

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Diante de tantos senões, muitas start-ups estão apostando em uma solução que parece milagrosa, mas é cientificamente viável: uma vacina universal, que vise uma resposta imunitária mais global do que a gerada pelos anticorpos específicos, visíveis nos exames de sangue após a contaminação ou a vacinação.

Os imunizantes atuais têm como alvo a proteína Spike, situada na superfície do Sars-CoV-2, que permite a entrada do coronavírus nas células humanas. O objetivo é fazer o corpo acreditar que está sendo infectado para gerar uma resposta imune e, a vacina universal utiliza uma outra estratégia, que visa agir contra eventuais mutações e variações do coronavírus, que podem pertencer até mesmo a outras famílias.

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E, a ideia é utilizar a parte interna do vírus, mais estável, e ativar a chamada imunidade citotóxica, que leva os linfócitos T, que atuam na resposta antiviral, a produzir citocinas ou destruir diretamente as células contaminadas. Essa característica tornaria possível, por exemplo, a administração de uma só dose para proteger o indivíduo da Covid-19 pelo resto da vida.

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OSIVAX

A start-up francesa Osivax aposta nesse caminho e adaptou à Covid-19 os estudos que já vinham sendo feitos para desenvolver um imunizante universal contra todas as cepas do vírus da gripe, explicou o engenheiro de biotecnologia Alexandre Le Vert, diretor e cofundador da start-up.

“Quando a pandemia de Covid-19 começou, em 2020, imaginamos que os estudos usados na vacina contra a gripe poderiam ser potencialmente aplicados na Covid-19, já que os dois vírus são relativamente próximos”, explicou o engenheiro francês.

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Além disso, a proteína-alvo utilizada nas pesquisas há oito anos era comparável à detectada no Sars-CoV-2 e, a particularidade da vacina universal, explicou Alexandre, é que ela tentará desencadear uma resposta imunitária na parte interna do coronavírus, chamada nucleocapsídeo.