Publicidade

Casos e mortes da meningite deste ano já superaram os de 2021, mas dados não devem gerar pânico

Apesar dos bebês de até um ano serem os mais vulneráveis à meningite, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alerta que mães e pais não devem entrar em pânico

Casos e mortes da meningite deste ano já superaram os de 2021
Casos e mortes da meningite deste ano já superaram os de 2021 – FREEPIK

Ainda no início de outubro, muitos estados do Brasil registraram mais casos de diagnósticos e mortes pela meningite, doença caracterizada por inflamação das membranas que recobrem o cérebro, do que no ano de 2021 todo.

Publicidade

O crescimento dos números relacionados à condição tem gerado preocupação e o alerta acontece, especialmente, por conta do aumento nas taxas da meningite meningocócica tipo C.

Meningocócica tipo C

“A meningite C, também conhecida como meningite meningocócica do tipo C, é um tipo de meningite bacteriana causada pela bactéria Neisseria meningitidis que pode ser fatal caso não seja tratada corretamente. Esta infecção pode acontecer em qualquer idade, mas é mais frequente em crianças com menos de 5 anos”, aponta um artigo revisado pela pediatra Dr.ª Sani Santos Ribeiro ao portal TUA SAÚDE.

Sintomas

Os sintomas iniciais da meningite C semelhantes aos da gripe. Isso faz com que o diagnóstico seja mais difícil, atrasando o início do tratamento e aumentando a probabilidade de desenvolver sequelas, como surdez, amputação e lesões cerebrais.

São alguns destes sintomas:

Publicidade

Rigidez na nuca, o que torna difícil encostar o queixo no peito;
Febre alta;
Dor de cabeça;
Manchas grandes ou pequenas na pele;
Confusão mental;
Dor de garganta;
Vômitos;
Náuseas;
Sonolência;
Dificuldade para acordar;
Dor nas articulações;
Irritação;
Fotofobia;
Cansaço;
Falta de apetite.

Bebês

Apesar dos bebês de até um ano serem os mais vulneráveis à doença, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alerta que mães e pais não devem entrar em pânico. O que precisa ser feito é manter atualizada a caderneta de vacinação dos filhos. Se alguma dose estiver faltando, precisa ser feita imediatamente.

NO BRASIL

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), em Minas Gerias, de janeiro até setembro de 2022 foram contabilizados 465 casos e 71 mortes pela infecção na meninge. Durante todo o ano passado, foram 459 diagnósticos e 51 óbitos.

Publicidade

Na Bahia, também até o mesmo período, foram registradas 43 mortes, contra 21 relatadas durante todo 2021.

No Espírito Santo, foram 16 casos e 6 mortes ligadas à forma bacteriana da doença, enquanto no ano passado foram registrados apenas 4 casos e 3 óbitos.

No Rio de Janeiro, de acordo com a pasta da Saúde, nos primeiros nove meses de 2022 foram 977 casos de todas as meningites, contra 959 infecções nos 12 meses de 2021. Na comparação de ambos os períodos, houve 28 casos e 7 mortes especificamente da forma bacteriana da doença neste ano, número quase igual aos 30 diagnósticos e 8 óbitos relatados em todo o ano passado.

Publicidade

Na capital de São Paulo, até a publicação desta nota já haviam sido registradas 10 mortes pela doença neste ano, além de 58 casos confirmados.

VACINA PARA MENINGITE

Segundo dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI – PNI), o Brasil imunizou apenas 46,5% do público-alvo com a vacina para a meningite meningocócica do tipo C, a forma mais grave e letal da doença.

Essa taxa está abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde desde 2013, quando atingiu 96% das crianças. De 2017 para cá, a cobertura caiu para abaixo de 90% e, em 2020, para abaixo de 80%. No ano passado, o país protegeu apenas 69,5% do público-alvo.

Publicidade

ALÉM DOS BEBÊS, ADULTOS PODEM TOMAR A VACINA CONTRA A MENINGITE?

No site da Prefeitura da Cidade de São Paulo, o alerta é de que sim, em casos específicos:

“Apenas em situações excepcionais, como a do surto localizado que ocorre no momento nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, os imunizantes são indicados para adultos. A exceção são profissionais de saúde, que podem ser vacinados mediante comprovante de vínculo empregatício em serviço de saúde do município de São Paulo, documento de Conselho de Classe, comprovante de profissão, certificado ou diploma”.