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Casos de ‘superfungo’ multirresistente aumentam no Brasil, indica Anvisa

‘Superfungo’ tem taxa de transmissão alta e risco de morte, mas é, principalmente, encontrado em instituições hospitalares

'Superfungo' tem taxa de transmissão alta e risco de morte, mas é, principalmente, encontrado em instituições hospitalares
Multirresistente, ‘superfungo’ se mantém vivo nas superfícies por muito tempo – Pexels/ Andrea Piacqua

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o Brasil vive um surto de Candida auris, popularmente conhecido como ‘superfungo’. No total, na última semana, registraram-se 36 casos, todos em Recife.

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Apesar de parecer um número relativamente baixo, os casos preocupam, uma vez que o fungo é multirresistente e ainda de difícil erradicação.  “Ela pode ser multirresistente, ou seja, resiste aos antifúngicos usuais, é difícil de ser erradicada do ambiente, difícil de ser identificada, apresenta grande capacidade de causar surtos e tem alta mortalidade”, explica Hyllo Baeta, assessor em microbiologia.

“Em 2019, foi publicado no The Journal of Infection, um surto em um hospital terciário em Londres, onde 34 pacientes adquiriram Candida auris. O custo deste surto, resultou em um gasto de mais de 1,2 milhão de euros”, continua.

Mas afinal, o que é a Candida auris, ‘superfungo’ que está em alta no Brasil?

A Candida auris é um fungo multirresistente encontrado, principalmente, em alas hospitalares, em destaque para pacientes que estão há muito tempo internados; portanto, não causando preocupação na população. Em geral, ele causa febre, tontura, fadiga, aumento da frequência cardíaca, entre outros.

Por ser um fungo relativamente novo, tendo seu primeiro caso apenas em 2009 e no Brasil, por exemplo, em 2020, ainda não se sabe muito sobre sua ação. Pesquisadores apontam que seu foco pode ser ou o sistema respiratório, em destaque para o pulmão, ou o sistema urinário.

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Outro problema da Candida auris é a sua resistência. “Ela pode permanecer por muito tempo na superfície dos ambientes, nos materiais médico-hospitalares; como termômetros, superfícies de ventiladores mecânicos, bombas de infusão e no leito dos pacientes, que podem transmitir o fungo para outros pacientes”, revela o microbiólogo. “Por isso, ela se dissemina com certa facilidade. A persistência e a disseminação do fungo, apesar de todas as medidas de prevenção de infecção, devem-se a alta transmissibilidade, a capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele”.

Para o diagnóstico ainda existem poucos recursos disponíveis, mas exames mais específicos, como MALDI-TOF podem detectar os casos. Ainda assim, pela alta contaminação, os especialistas indicam que sempre lavem as mãos, quando em contato com pacientes e/ou alas hospitalares, evite contato direto com essas pessoas, além de medidas de desinfecção nesses locais.

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