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75 milhões de crianças obesas no planeta em 4 anos é um alerta para o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil

A nutróloga Karla Confessor respondeu as principais dúvidas sobre o problema que já afeta 75 milhões de crianças

Nutróloga alerta para problema de obesidade infantil – Pexels

Uma pesquisa recente desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Pediatria e publicada na revista científica Jornal de Pediatria revelou que alguns comportamentos do isolamento social, adotados na tentativa de barrar a transmissão do coronavírus, estão acarretando ganho de peso nas crianças – fator de risco importante para o desenvolvimento da obesidade. A falta de gasto energético nas brincadeiras ao ar livre, na escola e também a suspensão dos exercícios físicos, associados ao maior tempo diante das telas, contribuíram para o problema.

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No próximo 03 de junho é o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. A doença na infância já é considerada uma epidemia mundial. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que em 2025 poderão existir 75 milhões de crianças obesas no planeta. No Brasil, os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que uma em cada três crianças, entre cinco e nove anos, está acima do peso.

Para a nutróloga Karla Confessor o ganho de peso é resultado da piora da saúde.

“Pacientes obesos correm mais riscos de complicações ao contrair o vírus. Além disso, já crianças podem sofrer síndromes metabólicas, diabetes, colesterol alto, gordura no fígado e até doença cardíaca precoce, o que aumenta o alerta”, explica a nutróloga que é Mestre em Medicina pela UFRJ.

A seguir, Karla esclarece as principais dúvidas sobre obesidade na infância. Confira:

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Quais fatores desencadeiam a obesidade infantil?

Alimentação, sedentarismo e sono inadequado. Com o ritmo acelerado de vida, muitas vezes os pais não priorizam uma alimentação com comida de verdade e sim os alimentos industrializados, com açúcares, que pode influenciar no desenvolvimento da obesidade.

Quando falamos de sedentarismo devemos pontuar que hoje em dia as crianças não brincam mais como antes, muitas vezes o legal é o jogo eletrônico e não correr ao ar livre. Elas ficam mais em casa, até por conta da pandemia, no sofá, entretidas com os eletrônicos.

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Por último, hoje em dia já temos diferentes estudos que apontam que crianças que dormem tarde e acordam cedo têm maior concentração de gordura na região abdominal. 

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Uma vez identificada na infância, como tratar?

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Precisamos de um acompanhamento médico para diferenciar a sua origem. No entanto, sabe-se que 95% das obesidades infantis são pelo consumo excessivo de alimento quando comparado ao consumo de energia ideal da criança. Para esses casos, o tratamento é baseado na prática de atividades físicas e mudanças no perfil alimentar.

Quais problemas desencadeados pela obesidade infantil?

Os pais precisam ficar atentos ao sobrepeso da criança. A obesidade pode provocar doenças cardiovasculares, diabetes, apneia obstrutiva do sono, doenças degenerativas das articulações, problemas psicológicos e câncer.

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Quais dicas/truques a gente pode dar para que a criança coma verduras e legumes?

Eu sempre costumo dizer que quanto mais colorido o prato, melhor. Podemos falar que ao comer certos alimentos ela ficará mais inteligente e ágil nos esportes. Outro truque fazer relações com super-heróis, por exemplo: “olha, o seu personagem favorito come isso, que tal você comer também?”, para crianças pequenas isso funciona bem. 

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Fazer as refeições em local tranquilo, sem a interferência de aparelhos externos, como tablets, televisão ou celulares, interfere na alimentação das crianças?

Obviamente que uma refeição em um lugar mais calmo e tranquilo vai fazer com que a criança consiga perceber o que ela está ingerindo. Muitas vezes, quando ela está em frente a uma televisão ou jogando um joguinho, começa a comer sem perceber, por impulso. Assim, passa a comer por compulsão, sem a percepção do que está fazendo, praticamente em modo automático.