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1ª brasileira com experiência em canabinoides, Dra. Carolina Nocetti responde 5 dúvidas sobre a Cannabis medicinal

Após dez anos de experiência nos EUA, Dra. Carolina Nocetti volta ao Brasil e compartilha com os leitores da Viva Saúde as principais informações sobre a Cannabis medicinal

Dra. Carolina Nocetti responde 5 dúvidas sobre a Cannabis medicinal
Dra. Carolina Nocetti responde 5 dúvidas sobre a Cannabis medicinal – Pexels/Felipe Quintini

A médica e consultora técnica em Terapia Integrativa, Dra. Carolina Nocetti descobriu que o corpo humano possui um sistema fisiológico, denominado por Sistema Endocanabinoide, que produz moléculas muito similares às principais moléculas da maconha e que seu uso apresentava mortalidade zero. A partir de então, iniciou sua jornada de pesquisa, estudo e aplicação da Cannabis no uso medicinal.

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De volta ao Brasil após dez anos de experiência nos EUA, nove anos dedicados ao ecossistema da Medicina Integrativa e experiência no desenvolvimento de produtos terapêuticos, Dra. Carolina Nocetti está expandindo seu propósito de democratizar o acesso à Cannabis.

Iniciou recentemente atuação em Portugal, co-criando o primeiro curso do país para profissionais de saúde, visando apoiar equipes multidisciplinares locais na implementação do Programa terapêutico da InterDoc, hub de renomados profissionais de saúde que atuam com Terapia Canabinoide, fundado por ela em 2017,e que realiza com resultados significativos, atendimento de pacientes com doenças crônicas e refratárias aos tratamentos convencionais no Brasil e buscam alívio por meio de terapia canabinoide e mudança de estilo de vida.

Cannabis medicinal e o aumento da qualidade de vida

Conforme a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), ao menos 37% da população brasileira, cerca de 60 milhões de pessoas, relatam sentir dor de forma crônica, uma das indicações para o uso de Cannabis para fins medicinais.

Para a Dra. Carolina Nocetti, estes e outros pacientes com diagnóstico de doenças prevalentes, como a depressão e ansiedade, poderiam ter acesso a uma terapia mais segura do que os tratamentos convencionais disponíveis, haja visto os expressivos resultados já comprovados em pesquisas e publicações internacionais e nenhum relato de morte por uso de Cannabis.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde, preparações ricas em CBD (canabidiol) e com menos de 0,2% de THC, não viciam e não apresentam tolerância (necessidade de aumento contínuo de dosagem para se obter o mesmo efeito).

Hoje em dia, há casos de pacientes com uma média de 1200 crises convulsivas por mês e que após utilizar o óleo de Cannabis, passaram a ter 2 a 3 por mês. O mesmo padrão de melhora pode ser observado em diferentes indicações como doença de Alzheimer, dor e dependência química, segundo estudos.

“Vejo diariamente a melhora na saúde de pacientes que não tinham opções terapêuticas ou esperança. A melhoria na qualidade de vida de pacientes, cuidadores e familiares é impactante e não podemos mais fechar os olhos para esta opção terapêutica.”, declara a médica.

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Quais componentes da maconha Cannabis são utilizados com fins medicinais?

“Os fitocanabinoides são as moléculas produzidas pelas plantas e apresentam vasto potencial terapêutico, sendo o Canabidiol (CBD) e Tetrahidrocanabinol (THC) os mais conhecidos. Os canabinoides agem no corpo humano e proporcionam equilíbrio do organismo (homeostase), bem-estar e alívio de uma série de sintomas”.

Qual a indicação de uso da Cannabis medicinal?

“Há uma série de condições cujo potencial terapêutico dos canabinoides é observado, como ansiedade, insônia, dores crônicas, náuseas, quadros convulsivos e várias outras. Aliado a isso, a Cannabis tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas e quando usada para fins medicinais pode também aliviar as dores pélvicas crônicas e reduzir a intensidade das cólicas, características em casos de endometriose.

Ao discutirmos terapias canabinoides, estamos falando principalmente sobre qualidade de vida, então mesmo em casos de dores ou desconfortos oncológicos, foi observado o potencial de alívio destes quadros com o uso da Cannabis e produtos feitos a partir dela”.

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Quais os benefícios?

“Os maiores resultados das terapias canabinoides são observados na melhora da qualidade de vida do paciente, ou seja, caso existam dores crônicas, apetite desregulado, insônia ou ansiedade e questões correlatas, o uso da Cannabis pode ter efeito benéfico sobre estas condições”.

Qual é a posição da Anvisa sobre o uso de Cannabis?

“Desde 2015, o acesso à Cannabis no Brasil é permitido. Atualmente existem portarias e resoluções, como a RDC 660/2022 que define os critérios para que os pacientes importem produtos de Cannabis regularizados em outros países e a RDC 327/2019 que autoriza a venda de ‘produtos de Cannabis’ nas farmácias e drogarias brasileiras”.

Há efeitos colaterais?

“Assim como qualquer alimento ou mesmo componente natural, como frutas e grãos, por exemplo, a Cannabis pode apresentar efeitos colaterais, como a redução da pressão arterial ou sonolência, no entanto, os efeitos são variáveis, dependendo do indivíduo e da dosagem.

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O caminho mais seguro e assertivo para uma experiência positiva com a terapia canabinoide é o paciente ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar de saúde. É importante que o foco não seja apenas na condição em si, mas que exista também o cuidado personalizado e integrativo, que vise os hábitos de vida do paciente, como a sua alimentação, saúde mental e rotina de exercícios físicos”.


A Dra. Carolina Nocetti é paulistana, passou os últimos dez anos morando em NY, onde se tornou a primeira brasileira com especialidade em canabinóides. Voltou para o Brasil para quebrar barreiras e preconceitos com uma planta que cura e salva vidas. Hoje, tem sua clínica Interdoc, fixada em São Paulo, atende seus pacientes em tratamentos como autismo, dores crônicas, pânico, ansiedade, epilepsia e doenças autoimunes.