Falta de desejo sexual feminino: entenda as causas e os tratamentos
Especialistas explicam que a interferência do fator psicológico predomina entre as causas da falta de desejo sexual feminino; entenda
Especialistas explicam que a interferência do fator psicológico predomina entre as causas da falta de desejo sexual feminino; entenda
A falta de desejo sexual em mulheres é frequentemente confundida com frigidez, mas esse termo caiu em desuso há algum tempo entre a classe médica. “Anteriormente, a palavra se referia à falta de orgasmo ou à falta de estímulo sexual na mulher. Falava-se em ‘mulher fria’, por isso o nome. Hoje falamos em anorgasmia, falta total ou episódica de orgasmo”, explica Sylvia Maria Marzano, urologista e terapeuta sexual.
Mesmo assim, a ginecologista Thais Helena Rocha Paes prefere distinguir frigidez de anorgasmia. Segundo a especialista, a primeira poderia ser definida como ausência ou perda do prazer sexual, e a anorgasmia seria alteração ou dificuldade em atingir a etapa final da “resposta sexual humana” após a fase normal de excitação sexual, o orgasmo. Tais etapas seriam: desejo, excitação e orgasmo ou resolução.
Há um consenso entre as especialistas de que a interferência do fator psicológico predomina entre as causas da falta de desejo sexual. “Isso porque estamos falando de tabus, conceitos educacionais estabelecidos pelos pais na infância, problemas de relacionamentos desgastados pela rotina, falta de intimidade, ansiedade, depressão, falta de estímulos eróticos etc.”, relaciona Thais Helena Rocha Paes.
Além disso, a ginecologista ressalta que o consumo de drogas como o álcool, os psicotrópicos e os medicamentos (principalmente anticoncepcionais, ansiolíticos e antidepressivos) podem contribuir para o quadro.
“O hipotireoidismo não tratado ou descompensado também pode estar entre as causas, devido à redução do metabolismo em geral. Embora previsíveis em determinadas fases da vida da mulher, alterações hormonais endógenas (puerpério e menopausa) tornam a disfunção sexual comum, mas muitas vezes transitória”, complementa.
Atualmente, há uma gama de produtos nas sex shops que prometem lubrificar, vibrar, esquentar, esfriar etc. São múltiplas funções para estimular o prazer feminino.
“A lubrificação é muito importante para a excitação da mulher, pois demonstra o quanto ela está preparada para a penetração. Mas não adianta só receitar o lubrificante (que deve ser gel de água, sem corantes) achando que, assim, a mulher terá orgasmo. Não há milagres”, afirma Sylvia Maria Marzano.
Conforme a urologista e terapeuta sexual, é preciso que a mulher esteja preparada psicologicamente para a relação sexual e consiga dialogar com quem se relaciona, para saber o seu momento, e não só para atender à vontade da outra pessoa.
“Se a parte ginecológica e hormonal estiver bem, a terapia sexual é o melhor tratamento, pois a mulher vai começar a conhecer o próprio corpo, saber como ter prazer sozinha, para depois ter prazer com outra pessoa”, conclui.