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Isolamento e fome produzem o mesmo tipo de desejo, afirmam cientistas

Um indivíduo, após um longo período privado de relações sociais, pode ficar tão empolgado ao encontrar alguém quanto um faminto ficaria ao ver um prato de comida

Isolamento e fome produzem o mesmo tipo de desejo, afirmam cientistas – Freepik

A pandemia pode ter literalmente aumentado o “apetite” das pessoas durante o isolamento social. É o que asseguram cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos), em estudo sobre como o isolamento é capaz de causar um efeito semelhante no cérebro ao da abstinência de comida. 

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Segundo os pesquisadores, um indivíduo, após um longo período privado de relações sociais, pode ficar tão empolgado ao encontrar alguém quanto um faminto ficaria ao ver um prato de comida.

Isso acontece porque a região do cérebro responsável por ativar o desejo por alimentos em pessoas em jejum produz um sinal semelhante em indivíduos isolados. Essa parte do cérebro é chamada substância nigra, uma estrutura minúscula localizada no mesencéfalo e também associada ao desejo por drogas. 

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COMO O ESTUDO FOI FEITO?

Para realizar a análise, os pesquisadores recrutaram voluntários saudáveis, principalmente estudantes universitários, e os confinaram por 10 horas em uma sala sem janelas no campus da universidade norte-americana. Os participantes não tinham permissão para usar telefones, mas a sala possuía um computador que para contato com os pesquisadores, caso fosse necessário. 

Em outra ocasião, os recrutados foram submetidos ao mesmo tempo de jejum (dez horas), e após cada uma das experiências (isolamento e jejum), foram escaneados enquanto olhavam para imagens de comida, de pessoas interagindo e também neutras, como flores. 

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Analisando a substância nigra, os pesquisadores observaram que, quando pessoas socialmente isoladas viam imagens de pessoas desfrutando de interações sociais, o “sinal de desejo” nessa região do cérebro era semelhante ao produzido quando os mesmos participantes olhavam para uma foto de um prato de macarrão com queijo após o jejum. 

Além disso, a ativação na substância nigra foi maior ou menor de acordo com a intensidade com que eles relatavam seus sentimentos por comida ou interação. Os dados para o estudo foram coletados em 2018 e 2019, antes das medidas de isolamento causadas pela pandemia do novo coronavírus.

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