Invasivos ou não, os procedimentos estéticos já há algum tempo são altamente influenciados pelas demandas da sociedade digital. E, com o impacto da pandemia do Coronavírus no mercado de beleza, a promoção do bem-estar e da positividade tornou-se cada vez mais importante nesse nicho, segundo projeções da Mintel.
“Ao mesmo tempo, as pessoas estão a todo momento com o celular na mão, ligadas nas redes sociais, e sendo influenciadas por um movimento importante que preconiza o empoderamento, amor ao próprio corpo, fotos mais naturais e rotinas de autocuidado, o que com certeza gerará impacto nos procedimentos estéticos pós-pandemia”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Baseado nisso, consultamos um time de especialistas para entender melhor as principais tendências em procedimentos estéticos em um mundo pós-pandemia.
+++ Crises de enxaqueca podem ser desencadeadas por ansiedade e estresse causados pela pandemia
Confira:
CIRURGIAS MENOS INVASIVAS, como a rinoplastia ultrassônica
Principalmente após a pandemia, os pacientes não vão querem mais perder seu tempo precioso dentro de casa. Por isso, quanto menor o tempo de recuperação exigido, melhor. E as cirurgias já evoluíram muito nesse sentido. Um grande destaque, por exemplo, é a rinoplastia ultrassônica. “A rinoplastia ultrassônica visa tratar a parte óssea do nariz através de um aparelho que, por meio de vibrações, permite ao cirurgião realizar a fratura nasal necessária para o procedimento de forma menos traumática”, diz o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
“Realizada sob o efeito de anestesia geral, a rinoplastia ultrassônica possui a vantagem de ser mais precisa e menos traumática, resultando em menos inchaço, sangramento e hematoma no período pós-operatório, o que faz com que o processo de recuperação do procedimento seja mais rápido e mais tranquilo, permitindo ao paciente retornar às atividades rotineiras mais rapidamente”, destaca o cirurgião.
Outra técnica que garante menos inchaço e hematomas, além de tempo de recuperação reduzido, é a rinoplastia preservadora. “A rinoplastia preservadora tem como objetivo corrigir problemas estéticos e funcionais do nariz de maneira menos agressiva que a rinoplastia estruturada, técnica tradicional que, apesar de trazer bons resultados a longo prazo, exige longo período de recuperação e causa dificuldades caso seja necessária uma segunda intervenção”, explica o Dr. Mário Farinazzo, que trouxe a técnica de maneira pioneira ao Brasil. “Na rinoplastia preservadora há também menos chances de ocorrerem complicações e, caso seja necessária uma nova intervenção no nariz, a cirurgia é mais simples. Por esses motivos, a técnica é principalmente indicada para pacientes que vão realizar a rinoplastia pela primeira vez”, destaca.
PREVENÇÃO É TUDO
Já que está cada vez mais em voga a ideia do resultado natural e do autocuidado, as pessoas tendem a buscar tratamentos preventivos, com um número maior de pacientes jovens adentrando os consultórios médicos.
+++ Obesidade, diabetes e hipertensão aumentam gravidade de casos da COVID-19, mas podem ser prevenidas
Essa tendência vem sendo chamada de prejuvenation. “O prejuvenation consiste na realização de tratamentos de rejuvenescimento antes mesmo dos sinais de idade aparecerem, o que é uma excelente maneira de envelhecer bem. Além disso, cuidar da pele de forma preventiva facilita muito o tratamento dos sinais da idade quando eles realmente começarem a surgir”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Uma excelente maneira de realizar o prejuvenation é apostar em procedimentos que estimulam colágeno para criar uma poupança dessas fibras para o futuro. Invista, por exemplo, em procedimentos como o skinbooster, um ácido hialurônico que não dá volume, mas sim confere hidratação, estimula o colágeno e melhora as linhas”, finaliza a médica.
SESSÕES MAIS RÁPIDAS
De acordo com o Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), essa é realmente a era dos procedimentos estéticos minimamente invasivos. “Além de possuírem baixo tempo de inatividade, menor custo e não serem tão invasivos, existe um menor estigma envolvendo os injetáveis”, completa o médico.
E há outro motivo que faz dos injetáveis procedimentos muito mais aceitáveis: o tempo da sessão. Como as pessoas ainda vão querer passar pouco tempo fora de casa, para evitar o risco de contágio, procedimentos como injetáveis e lasers rápidos que podem ser feitos na hora do almoço terão vantagem.
RESULTADOS NATURAIS
Aprimoramentos desproporcionais nos seios, lábios cheios demais e procedimentos cosméticos exagerados são tendências que já estavam saindo de moda e agora estão completamente fora de questão. “Hoje um procedimento bem-sucedido não deve mais ser óbvio. Cada vez mais, os pacientes querem manter sua estrutura geral da face, traços familiares herdados e geralmente querem se parecer com eles mesmos, mas com alguns ajustes refinados”, afirma o Dr. Mário.
E engana-se quem acredita que resultados naturais são sinônimo de procedimentos não invasivos. Na verdade, é muito comum que, na tentativa de alcançar um resultado que só seria atingido através da cirurgia plástica, ocorra um exagero na realização destes procedimentos, causando deformidades no rosto.
“Isso acontece devido ao estigma que envolve a cirurgia plástica facial, que é vista como responsável por criar pessoas artificiais e sem naturalidade ou identidade”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Segundo a médica, a cirurgia plástica é tão capaz de proporcionar resultados naturais quanto os procedimentos estéticos, assim como ambos podem causar exageros.
TRATAMENTOS COM RECUPERAÇÃO MAIS RÁPIDA COM O AUXÍLIO DA TECNOLGIA
O paciente estará de olho em novas tecnologias que possibilitem o tratamento de rugas, manchas e flacidez com resultados menos artificiais e que valorizem o bem-estar e autocuidado.
“Hoje as pessoas não querem e não têm tempo para ficar vermelhas ou descamando em casa”, explica a Dra. Letícia Bortolini, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Nesse sentido, procedimentos como o rejuvenescimento ultrafracionado do laser Pico Ultra 300 ganham destaque.
“Diferente dos outros lasers de picossegundos, é possível utilizar o comprimento de onda de 532nm do Pico Ultra 300 para eliminar os sinais de fotodano causados pela radiação solar crônica. Nesse tipo de fotodano, além das hiperpigmentações, o envelhecimento ocorre pela desnaturação e redução de fibras elásticas e colágenas. Então, o tratamento promove uma reorganização dessas fibras, além de aumento da produção dessas proteínas de sustentação da pele”, explica a Dra. A grande vantagem, segundo a médica, é o rejuvenescimento sem downtime ou com mínimo incômodo por pouco tempo.
“O tratamento não dói, mas ainda é possível aplicar anestésico tópico antes para pessoas mais sensíveis”, conta. No geral, são feitas três sessões, sendo uma a cada 30 dias, mas podem ser feitas mais vezes, dependendo da indicação.
+++ Mais frequente na pandemia, inchaço pode ter diversas causas; saiba dicas para evitar o problema
MENOS DOR E MENOS INCHAÇO
Outra tendência são procedimentos que diminuam o inchaço e que causem menos dor – mesmo que isso signifique mais sessões. O clássico ultrassom micro e macrofocado, por exemplo, que também promove rejuvenescimento facial e corporal, já evoluiu. Com isso, o tratamento é menos dolorido e reduz flacidez de maneira poderosa. “Do ponto de vista clínico com o Ultraction 3D Solon, o tratamento é menos dolorido e muito mais homogêneo, estimulando ainda mais a produção de colágeno e conferindo resultados imediatos”, afirma o dermatologista Dr. Abdo.
FONTES:
*DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. http://www.drapaola.me/
*DRA. LETÍCIA BORTOLINI: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. À frente da clínica Enlapy, em Cuiabá, a médica é formada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, com especialização em Dermatologia pela Fundação Souza Marques (São Paulo/SP) e em Clínica Médica pelo Hospital Guilherme Álvaro (Santos/SP).
*DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior.
*DR. MÁRIO FARINAZZO: Cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rinoplasthy™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Foi coordenador da equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya-SP até junho 2019 e opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros. www.mariofarinazzo.com.br
*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/
*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.