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7 medidas importantes para ajudar na recuperação do organismo após sofrer com Covid-19

Sequelas causadas pela Covid-19 podem afetar até mesmo pacientes que apresentaram sintomas leves da doença, mas cuidados podem ser tomados para reduzir seu impacto no organismo e evitar complicações mais sérias

Sequelas causadas pela Covid-19 podem afetar até mesmo pacientes que apresentaram sintomas leves da doença – FREEPIK

Mesmo com as campanhas de vacinação a todo vapor, os esforços dos pesquisadores e médicos para entender a ação do Sars-Cov-2 sobre o organismo não param.

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E uma das maiores preocupações desses profissionais no momento é compreender e desenvolver estratégias para tratar o que vem sendo chamado de Long Covid. “O Long Covid consiste em uma série de sequelas deixadas pela doença que incluem alterações como perda da massa muscular, cansaço físico e emocional, falta de ar, alterações de paladar e olfato e disfunções circulatórias, que podem ter várias consequências, desde a formação de pequenos coágulos até a queda de cabelos”, explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Se não gerenciadas corretamente, essas sequelas podem prolongar-se por meses e até mesmo evoluir para complicações ainda mais sérias. Logo, aqueles que tiveram Covid-19, ainda que com sintomas leves, devem investir em medidas para auxiliar na recuperação do organismo, as quais você pode conferir abaixo:

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Visite um cardiologista

De acordo com o Dr. Juliano Burckhardt, médico cardiologista, geriatra e nutrólogo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), é importante que, após o tratamento e a cura dos sintomas da Covid-19, os pacientes procurem um médico cardiologista, melhorem hábitos de vida, incluindo dieta e prática de atividade física, com o objetivo de diminuir os riscos cardiovasculares, uma sequela da doença que vem sendo observada até mesmo em pacientes jovens relativamente saudáveis que não foram hospitalizados e que apresentavam apenas pequenos sintomas. “Um estudo recente observou o aumento da rigidez das artérias nesses jovens que tiveram a doença, o que pode afetar a saúde cardíaca, aumentado o risco de complicações cardiovasculares que podem continuar por algum tempo após a infecção por Covid-19”, explica o Dr. Juliano Burckhardt.

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Faça um check-up vascular

Procurar um cirurgião vascular após os sintomas de Covid-19 também é fundamental, pois pacientes que tiveram a doença podem sofrer com trombose semanas ou meses após a infecção, de modo que a incidência chega a ser três vezes maior em quem experimentou casos severos. “Isso acontece porque o agente patógeno causador da Covid-19 desencadeia um processo incomum de coagulação, favorecendo a formação de coágulos nas veias e, consequentemente, aumentando a incidência de quadros de trombose. Além disso, o Coronavírus também favorece o surgimento de trombose nos pequenos vasos, causando uma inflamação na parede das artérias e dos vasos”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. O médico poderá iniciar um acompanhamento, com exames e recomendações importantes para evitar esse tipo de sequela. “Podemos solicitar exames laboratoriais para descartar doenças que predispõem a hipercoagulação e a realização de um eco Doppler venoso, um ultrassom que examina o vaso que está obstruído”, diz a especialista. Além dos exames, é importante também investir em cuidados que auxiliam na prevenção da trombose. “Para evitar casos de trombose é recomendado que você pare de fumar, consuma bastante água, adote uma alimentação balanceada, realize exercícios físicos regularmente e evite passar muito tempo na mesma posição, seja no horário de trabalho ou em longas viagens, levantando-se de hora em hora para se movimentar um pouco. Em alguns casos, o uso de meias elásticas também pode ser indicado, já que essas meias comprimem os vasos sanguíneos, melhorando o retorno venoso e, consequentemente, prevenindo problemas vasculares como varizes e trombose”, aconselha a médica.

Consulte um dermatologista

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Para quem apresentou queda capilar após ter Covid-19 – sequela comum ligada ao eflúvio telógeno, que ocorre devido a uma resposta inflamatória gerada pelo vírus que altera o ciclo de crescimento do cabelo e acelera o processo de queda ­– é interessante consultar um dermatologista para buscar tratamento e recomendações sobre como lidar com o problema, já que, apesar de ser temporário, demorando cerca de 3 a 6 meses para ser revertido, o eflúvio telógeno pode causar grande angustia e desconforto estético. “Para evitar que a queda seja ainda mais prolongada e acentuada, podemos utilizar, por exemplo, shampoos e tônicos específicos para controle da queda capilar, assim como podemos realizar a aplicação de laser e medicamentos em consultórios para amenizar o quadro. É importante também lavar regularmente os fios, pois a oleosidade excessiva na região pode exacerbar a queda, e evitar realizar procedimentos que possam agravar o problema, como escova progressiva e tinturas”, recomenda a dermatologista Dra. Patrícia Mafra, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Vá a um neurologista

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Outro alvo do Covid-19 é o cérebro, o que deixa sequelas neurológicas importantes. “O cérebro acaba sendo um alvo fácil durante o processo de doença por diversos acontecimentos simultâneos no corpo. É exatamente por isso que muitas pessoas que foram infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 relatam, após algum tempo, sequelas neurológicas, que incluem fadiga, sensação de falta de ar, dores musculares, cefaleia, tontura frequente, dificuldades de memória e concentração, além de insônia”, explica o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA), que afirma que, que, para tratar as sequelas neurológicas da Covid-19, é importante consultar um médico, que poderá dar um suporte direcionado para os sintomas mais prevalentes e impactantes. “Mas é fundamental buscar um equilíbrio por todos os lados, incluindo uma boa alimentação, exercício físico regular, cuidados com a mente, como psicoterapias e meditação, e reabilitação das funções que foram prejudicadas, como pulmão. Isso será imprescindível e depende quase que absolutamente do paciente. Então, seja proativo e cuide de você mesmo, enquanto a ciência trabalha para facilitar nossa recuperação pós-Covid-19”, recomenda o neurologista.

Evite os alimentos inflamatórios

A inflamação gerada pelo vírus é um dos principais mecanismos envolvidos no surgimento das sequelas da doença, sendo importante então evitar alimentos que pioram esse quadro. “Os alimentos ricos em açúcar, particularmente doces e guloseimas que levam açúcar branco adicionado; os industrializados ultraprocessados, que são aqueles que trazem grande quantidade de açúcar, sódio, gorduras modificadas, corantes e conservantes; aqueles ricos em gorduras trans e modificadas, como as margarinas, gorduras saturadas de origem animal e frituras de imersão; os refrigerantes e bebidas alcoólicas em excesso; enfim, todos esses alimentos devem ser evitados, para não atrapalhar o processo de recuperação do corpo”, diz a Dra. Marcella Garcez.

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Aposte nos alimentos funcionais

A Dra. Marcella destaca que, para pacientes que enfrentam o Long Covid, é importante inserir na dieta alimentos funcionais que vão auxiliar na recuperação do organismo, como aqueles ricos em ácidos graxos ômega 3 (nozes, peixes de água fria, linhaça e chia) e em polifenóis (as frutas vermelhas e o chocolate amargo). “Além disso, é interessante investir também nos alimentos fontes de ativos vasculotônicos (as pimentas, especiarias, gengibre e canela), que ajudam na recuperação do paladar e olfato e, ainda, nos alimentos enriquecidos com probióticos (iogurtes, kefir e kombucha), que melhoram a microbiota intestinal o perfil inflamatório do organismo”, destaca. Como a perda do paladar e do olfato é uma sequela frequente da Covid-19, vale a pena apostar também nas ervas aromáticas e especiarias para acentuar os sabores e aromas e assim evitar que o apetite e, consequentemente, a nutrição sejam comprometidos. “Podemos usar salsa, cebolinha, coentro, manjericão, tomilho, alecrim, manjerona, alfavaca, orégano e especiarias como cúrcuma, gengibre, canela, mostarda, raiz forte, canela, cravo, pimentas, além de alho e cebola, para ajudar a acentuar o sabor dos alimentos, sem impactar negativamente em sua qualidade e ainda trazer funcionalidades, já que apresentam características anti-inflamatórias, antioxidantes e de reforço ao sistema imunológico”, finaliza a médica.

Invista nos suplementos

Assim como a alimentação, a suplementação é outra grande aliada na recuperação do bom funcionamento do organismo após casos de Covid-19, podendo ser usada como coadjuvante no tratamento de diversas sequelas. Por exemplo, de acordo com a farmacêutica Patrícia França, Gerente Científica da Biotec Dermocosméticos, a utilização de suplementos que contemplam ômega-3 em sua composição, pode auxiliar na redução de problemas cardiovasculares e na antiagregação plaquetária, pois atua modificando a composição dos lipídios das membranas celulares e reduzindo o processo inflamatório comumente encontrado nas condições cardiovasculares e trombóticas. Além disso, existem suplementos que ajudam no processo de queda capilar, restaurando a saúde do cabelo e reduzindo a queda, ou auxiliam, até no tratamento das sequelas neurológicas, quando contam com fosfatidilserina e Fosfatidilcolina, potencializadores cognitivos, também chamados de nootrópicos, que atuam otimizando o aprendizado e a memória através da funcionalidade de biomembranas e integridade do Sistema Nervoso Central.


FONTES:

*DRA. PATRÍCIA MAFRA: Dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG), com estágio em Dermatologia pelo Grupo Santa Casa e acompanhamento do Serviço de Ginecologia e Sexologia do Hospital Mater Dei, Dra. Patrícia Mafra é expert em injetáveis e speaker em eventos nacionais e internacionais, palestrando sobre temas ligados à área de atuação. A dermatologista também foi preceptora de Medicina Estética do Instituto Superior de Medicina (ISMD). https://patriciamafra.com.br/

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

*DR. GABRIEL NOVAES DE REZENDE BATISTELLA: Médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Formado em Neurologia e Neuro-oncologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, hoje é assistente de Neuro-Oncologia Clínica na mesma instituição. O médico é o representante brasileiro do International Outreach Committee da Society for Neuro-Oncology (IOC-SNO).

*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Cardiologista, Geriatra e Nutrólogo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Especialista também em Clínica Médica, Medicina de Urgência e Ergometria. É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal. Atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. É diretor médico do V’naia Institute. Diretor Científico Brasil da European Academy of Personalized Medicine. Membro do Corpo Clínico do Hospital Sírio Libanês.

*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557 http://www.alinelamaita.com.br/

*PATRÍCIA FRANÇA: Farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos.