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Pesquisadores encontram novo caminho para prevenir insuficiência renal; entenda
Pesquisadores encontram novo caminho para prevenir insuficiência renal; entenda – Foto: Freepik

Pesquisadores ingleses identificaram uma nova via de tratamento para pacientes com síndrome nefrótica não genética, visando um fator ainda desconhecido que causa a progressão para insuficiência renal.

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“A síndrome nefrótica é uma condição renal que faz com que os órgãos vazem proteínas na urina. Isso é causado por falhas no sistema de filtração do rim e, em alguns casos, pode levar o paciente a desenvolver insuficiência renal. Embora seja uma doença rara, o impacto que tem sobre os pacientes, muitos dos quais crianças, pode ser devastador”, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada. A descoberta foi publicada em abril no Kidney International.

Insuficiência renal: novo caminho?

Os cientistas da Bristol Renal sabiam que poderia haver um ou mais fatores no sangue (uma substância que participa de uma reação biológica dentro do corpo) que causavam a falha dos rins em pacientes com síndrome nefrótica, mas até agora não conseguiram descobrir exatamente o que eles podem ser.

No entanto, a equipe tentou uma abordagem diferente ao procurar identificar como o fator funcionava e tentar impedir sua ativação. Usando plasma do sangue de pacientes com o problema e em tratamento dialítico, a equipe de Bristol quis confirmar se um receptor (substância molecular que causa um efeito específico na célula) conhecido como PAR-1 funciona em conjunto com o fator desconhecido.

“Os pesquisadores usaram o plasma dos pacientes e separadamente um ativador de PAR-1 para investigar seus efeitos nas células renais no laboratório. Ambos os tratamentos causaram desconforto nas células renais. Tendo confirmado a ligação entre PAR-1 e o fator desconhecido, seus resultados sugerem que medicamentos para bloquear o receptor podem ser uma opção viável”, explica a Dra. Caroline.

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Os esteroides são atualmente o tratamento mais eficaz para a síndrome nefrótica, mas apresentam efeitos colaterais desagradáveis ​​e não funcionam igualmente bem em todos os pacientes.

“Além disso, com o fator desconhecido circulando no sangue do paciente, um transplante pode oferecer algum alívio, mas a doença frequentemente reaparece e danifica o novo rim, às vezes quase instantaneamente. A descoberta dos pesquisadores pode revolucionar as opções de tratamento para pacientes com síndrome nefrótica e oferece o potencial de erradicar o uso de esteroides e tornar o transplante uma opção mais viável”, completa a médica.

“O uso de tratamentos anti-PAR-1 para bloquear o efeito do fator pode não apenas prevenir a insuficiência renal, mas também tornar os transplantes uma opção viável para mais pacientes com síndrome nefrótica idiopática”, acrescenta.

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Atualmente, os tratamentos anti-PAR-1 estão passando por ensaios clínicos para outras condições de saúde para verificar a eficácia e a segurança. O trabalho realizado em Bristol abre novos caminhos para que esses tratamentos sejam testados em pacientes com síndrome nefrótica não genética (idiopática).

“Se a segurança desses tratamentos puder ser confirmada, os pacientes com síndrome nefrótica poderão ser retirados dos esteroides e receber novos tratamentos nos próximos anos”, finaliza a médica.

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