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Conheça riscos e limitações da ‘rinoplastia com fios’, procedimento na moda no Brasil

Infecção, fibrose, formação de abscesso com ferida aberta e necrose da pele, além de resultados insatisfatórios, são alguns dos riscos e limitações

Conheça riscos e limitações da ‘rinoplastia com fios’, procedimento na moda no Brasil
Conheça riscos e limitações da ‘rinoplastia com fios’, procedimento na moda no Brasil – Foto: Freepik

Embora os procedimentos não invasivos para o nariz tenham resultados limitados, temporários e com altos riscos, a procura por esse tipo de intervenção cresce no país, com uso de preenchedores e também fios de PDO (polidioxanona). Mas, a moda de usar fios de tração no nariz, chamada erroneamente de rinoplastia com fios, pode ser extremamente perigosa, segundo estudo recente, publicado no periódico Facial Plastic Surgery.

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“Esse procedimento é feito com o objetivo de levantar o nariz. Os fios de PDO, que são aplicados sob a pele do nariz para promover tração e levantá-lo, são absorvíveis, mas há relatos na literatura de que a técnica gera fibroses no nariz, além de aumentar o risco de infecções, formações de abcessos com ferida aberta e necrose de pele, como o estudo demonstrou”, alerta o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico. Além disso, o resultado não é definitivo e a cada reaplicação os riscos aumentam.

Segundo o estudo, outra desvantagem da rinomodelação com fios de PDO está no fato de ser um procedimento extremamente limitado.

Conheça riscos e limitações da ‘rinoplastia com fios’

“Os fios de PDO podem ser usados apenas para alterar a angulação do nariz, empinando-o, ou reduzindo as asas nasais. Mas a técnica não tem capacidade de fazer correções estruturais ou funcionais na região”, diz o Dr. Paolo. “E mesmo se comparado à rinomodelação convencional com ácido hialurônico, que também apresenta riscos, o uso dos fios de PDO ainda apresenta mais desvantagens, pois possui menor precisão”.

“A rinomodelação com fios de PDO é um procedimento pouco confiável, pois os fios podem facilmente se deslocar, prejudicando o resultado ou até mesmo rasgando as estruturas ao redor, o que pode favorecer a formação de fibrose”, alerta o médico, que ainda ressalta outros possíveis riscos do procedimento, como infecção e necrose, além da rejeição da substância pelo organismo que, apesar de rara, não é impossível.

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A rinomodelação também não irá tratar nenhuma alteração funcional que o paciente tenha e, dependendo de como é feita, pode até piorar a respiração.

Para resolver as complicações, é necessária a rinoplastia revisional e todos os fios inseridos devem ser removidos cirurgicamente. “No entanto, os fios farpados não podem ser facilmente removidos simplesmente puxando-os; eles devem ser cuidadosamente removidos por dissecção ao longo do trajeto em que foram inseridos”, explica o médico.

O estudo relata que, inevitavelmente, algum tecido circundante aderido às farpas é removido durante a remoção do fio: “As farpas que aderiram firmemente o fio ao tecido na inserção dificultam a retirada. A remoção dos fios resulta em eventual perda de suporte estrutural e irregularidade dorsal, causando um aspecto esteticamente pior do que antes do procedimento. Além disso, se os fios saírem da pele, podem permanecer cicatrizes permanentes”, diz o trabalho científico.

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Antes de optar pela rinomodelação com fios de PDO simplesmente por ser mais rápida e menos invasiva, é interessante conversar com seu cirurgião plástico. Hoje, já existem técnicas cirúrgicas de rinoplastia com menor trauma e tempo de recuperação, sendo assim excelentes alternativas às técnicas de rinomodelação, porém, com resultados duradouros.

É o caso da rinoplastia ultrassônica, que visa tratar a parte óssea do nariz através de um aparelho que, por meio de vibrações, permite ao cirurgião realizar a fratura nasal necessária para o procedimento de forma menos traumática.

“Realizada sob o efeito de anestesia e indicada para qualquer paciente que tenha necessidade de tratar a parte óssea do nariz, essa técnica tem como vantagem o fato de ser mais precisa e preservar estruturas importantes do nariz, como cartilagem, mucosa e vasos sanguíneos presentes na região, resultando em menos inchaço, sangramento, hematoma e inflamação no período pós-operatório. Isso faz com que o processo de recuperação do procedimento seja mais rápido e mais tranquilo, permitindo ao paciente retornar às atividades rotineiras mais rapidamente”, destaca o Dr. Paolo.

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O médico explica que, por ser mais precisa, os resultados da rinoplastia ultrassônica também são mais previsíveis, além de ocasionar cicatrizes menos aparentes, já que, nesse procedimento, não há necessidade de incisões na parte externa do nariz.