Doenças autoimunes, tratamentos contra o câncer, endometriose, retirada do útero ou dos ovários são alguns motivos que podem provocar a menopausa precoce
A menopausa é a última menstruação da vida de uma mulher que, geralmente, acontece entre os 44 e 54 anos. Este período vem acompanhado de uma série de mudanças físicas e emocionais, como os calorões, a perda ou diminuição da libido e, muitas vezes, até a depressão. Apesar da menopausa ocorrer após os quarenta anos, muitas mulheres enfrentam a situação inesperada antes disso, com a chamada menopausa precoce.
De acordo com a ginecologista e parceira da Plenapausa, Dra. Natacha Machado, isso pode acontecer por diversos motivos. “Podemos considerar um caso precoce, quando a menopausa chega antes dos quarenta anos. É possível que isso ocorra devido a doenças autoimunes, tratamentos contra o câncer, além da endometriose”, explica.
Segundo a especialista, as mulheres que chegam à menopausa precocemente, podem sofrer com os mesmos sintomas físicos e emocionais da menopausa comum.
“A queda do estrogênio, que acontece durante a menopausa, pode provocar as ondas de calor, suor durante a noite, mudanças de humor e no sono, além da impossibilidade de engravidar de forma tradicional”.
Para tratar a menopausa precoce, a Dra. Natacha Machado indica o método mais comum, que é a terapia a base de estrogênio e progesterona.
“Os tratamentos são indicados no sentido de alívio dos sintomas e aumento do bem-estar da mulher. Mas eles não são capazes de devolver a funcionalidade dos ovários. Então, caso a mulher tenha o desejo de engravidar, será necessário passar por uma fertilização in vitro”, esclarece.
Para a psicanalista e fundadora da Plenapausa, que avaliou cerca de quatro mil mulheres em 2022, Márcia Cunha, além dos métodos para suavizar os sintomas físicos, é importante que as mulheres com menopausa precoce procurem fontes seguras de informação e acolhimento.
“As mudanças ocasionadas pela menopausa podem impactar diretamente na vida das mulheres, ainda mais em uma faixa de idade onde elas não esperam passar por isso”, pontua.
“Segundo os relatos que recebemos, de mulheres entre 45 e 55 anos, que estão passando pelo período, já é difícil entender as alterações e lidar com elas de uma forma que não altere sua vida e rotina. Agora, se colocarmos essas questões na vida de uma mulher de 30 anos que, muitas vezes, está iniciando sua carreira ou um casamento, sonha em ter filhos, entre outras coisas, fica ainda mais difícil. Isso pode impactar sua saúde mental e emocional. Por isso, é importante ter informação e uma rede apoio para que este processo se torne mais leve”, finaliza Márcia.
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