Quando a queda de cabelo pode ser considerada calvície?

Médico tricologista explica as características de cada uma dessas condições e dá dicas para diferenciá-las

Tricologista fala sobre características de calvície
Tricologista fala sobre características de calvície – Freepik/freepik

Fios de cabelo pela casa, na escova e no travesseiro. Logo surge a dúvida: é queda de cabelo ou progressão da calvície? Uma pessoa saudável perde cerca de 70 a 100 fios de cabelo ao dia. Quando esse volume passa dos 100 fios, é preciso ficar alerta e investigar as causas, pois se trata de uma queda excessiva de cabelo, que pode estar ligada a deficiência de nutrientes, estresse constante, distúrbios hormonais ou excesso de química no cabelo.

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Porém, o médico tricologista João Gabriel Nunes, membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), destacou que a calvície não é uma simples queda de cabelo. “A perda só é considerada natural quando o fio que caiu é substituído por outro. Se o couro cabeludo começar a ficar visível, é sinal que esses fios não foram renovados e a pessoa pode estar sofrendo de calvície”.

Além disso, uma das principais diferenças entre queda de cabelo e calvície é o afinamento das madeixas. “No caso da calvície, pode haver a perda capilar mais intensa e a falta reposição adequada, mas o problema principal é o afinamento progressivo dos fios até a atrofia da raiz, afirmou Nunes.

Como identificar esse afinamento do cabelo no dia a dia?

Uma dica do profissional é tentar guardar o máximo de fios que estão caindo durante o dia e quando tiver uma quantidade razoável, verifique se estão com o mesmo diâmetro. “Fios com espessuras diferentes, uns finos e outros mais grossos, por exemplo, podem significar que a calvície pode estar agindo em determinadas áreas”.

O tricologista ainda alertou que homens e mulheres com predisposição genética à calvície ou que possuem doença autoimune preexistente devem redobrar a atenção em relação à perda de cabelo.

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Em estágio avançado, a queda com déficit de renovação dos fios e o processo de afinamento se tornam visíveis. “Esses fatores geram espaçamentos, deixando o couro cabeludo visível ou áreas inteiras comprometidas permanentemente, como o topo da cabeça ou a coroa (entradas)”, disse o médico.

Enquanto a perda de cabelo considerada normal, causada por situações específicas, pode ser revertida através de tratamentos indicados por um especialista, a calvície não tem cura. O tricologista afirma que pacientes nos estágios iniciais ou moderado respondem melhor à associação de tratamentos que visam aumentar a quantidade de fios no couro cabeludo.

Transplante capilar pode ser alternativa

Mas, em casos de queda de cabelo irreversível, o procedimento de transplante capilar pode ser a solução. Segundo Nunes, o tratamento proporciona resultados naturais e duradouros. “O transplante capilar F.U.E (Follicular Unit Extraction) é minimamente invasivo, consiste na implantação fio a fio na área calva, os quais são retirados das áreas doadoras – nuca e laterais – do próprio paciente. Em cerca de três a quatro meses, acontece o crescimento dos novos fios, que devem se manter a vida toda, explicou.

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Sobre o Dr. João Gabriel Nunes

Médico formado pela Universidad Del Valle, em Cochabamba (2010), pós-graduado em dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, com extensão acadêmica na University of Michigan (EUA), e em tricologia e transplante capilar no Instituto e Hospital da Pele em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira do Cabelo e da Sociedade World F.U.E Institute. É fundador do Centro Médico Capilar, clínica que mais realiza transplante capilar no Brasil, localizada em Mogi Guaçu (SP).

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