Ansiedade x sono: como a insônia afeta a saúde mental?
Psiquiatra especialista em sono fala sobre as causas e os principais sintomas da ansiedade noturna e dá dicas para dormir bem
Psiquiatra especialista em sono fala sobre as causas e os principais sintomas da ansiedade noturna e dá dicas para dormir bem
Problemas envolvendo o sono (ou a falta dele) afetam cerca de 40% da população mundial. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro em cada dez pessoas não têm sono de boa qualidade. O médico psiquiatra especialista em sono, Dr. João Gallinaro, explica que distúrbios mentais podem contribuir para a falta de sono.
“O termo ansiedade noturna pode ser utilizado para caracterizar um tipo de ansiedade que acontece no período da noite, para quem entra num estado de preocupação, de tensão e de apreensão no período noturno. Mas também existe um tipo de insônia chamada insônia psicofisiológica, caracterizada por uma ansiedade com o ato de dormir, também acontece nos momentos que antecedem o sono, mas nesse caso, a pessoa fica extremamente ansiosa por achar que não vai conseguir dormir”.
O médico esclarece que a pessoa fica preocupada por ter medo de não pegar no sono e de acordar no meio da noite. Assim, pensa nas consequências de uma noite mal dormida pro dia seguinte, podendo fazer com que ela não consiga relaxar.
Ansiedade ou insônia: você já parou para pensar quem vem primeiro? O Dr. João diz que, na verdade, é difícil identificar qual dos dois vem antes. Na maioria dos casos, a ansiedade e a insônia são sintomas associados.
“Quando vemos alguém ansioso, muito preocupado e que fica num estado de alerta constante, provavelmente essa pessoa tem dificuldade para dormir, assim como alguém que tem insônia e que dorme mal também desenvolve ansiedade, isso acontece porque os centros que regulam a ansiedade também ficam reativos ao dormir mal”, acrescenta.
Fique atento aos sinais: conforme o especialista em sono explica, os principais sintomas envolvem a preocupação, ruminação de problemas, excesso de pensamentos, incapacidade de relaxar, tensão muscular, coração acelerado, falta de ar e suor nas mãos no período da noite. Eles podem estar associados ao sono e à preocupação de não conseguir dormir.
É importante se atentar às suas horas de sono diárias. Você está dormindo bem? Para responder a essa pergunta, preste atenção nos seus horários de dormir e acordar. O Dr. João Gallinaro esclarece que, geralmente, o recomendado para o indivíduo na idade adulta é dormir entre 7 e 9 horas por noite.
O médico explica que existem muitas estratégias que ajudam numa boa noite de sono. Acordar no mesmo horário todos os dias é uma delas, porque dá um ritmo para o organismo e torna um pouco mais previsível o seu horário de dormir à noite. Assim, o organismo sabe a hora que ele acorda e a hora que ele dorme.
Para os amantes de cochilo, é necessário desprender a eles. Um dos hábitos que nos fazem ter dificuldade para dormir à noite são eles – tão queridos por muitos durante o dia.
“Também devemos diminuir o consumo de estimulantes como cafeína durante o período da tarde e da noite, – entre 6 a 8 horas antes do horário de dormir – porque eles podem dificultar o início do sono. Fazer atividade física também é importante, mas praticada pelo menos 3 horas antes da hora de dormir, porque também pode afetar o sono”.
“É legal se expor ao sol de dia e evitar a exposição à luz no período da noite, então dispositivos eletrônicos como celular, tablet, computador e televisão que emitem algum tipo de luz acabam interferindo na produção de melatonina, que é o hormônio do sono. Também é pertinente criar melhores hábitos nos momentos que antecedem o sono, como fazer chás, ler, meditar e coisas que vão te favorecer no processo de relaxamento”, finaliza o médico.