A atividade física é realmente relevante para melhorar a fertilidade?

O que os exercícios físicos podem fazer pela melhora da fertilidade? Médico especialista em Reprodução Humana analisa a questão

A atividade física é realmente relevante para melhorar a fertilidade?
A atividade física é realmente relevante para melhorar a fertilidade? – Freepik / user18526052

Vários estudos já enumeraram uma série de benefícios para a saúde quando a atividade física é introduzida na vida das pessoas. Em contrapartida, o sedentarismo está ligado a malefícios no funcionamento adequado do organismo. Mas, quando pensamos em fertilidade, será que a atividade física é realmente útil e relevante para quem deseja engravidar?

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A atividade física é realmente relevante para melhorar a fertilidade?

“A maior parte dos benefícios dos exercícios físicos tem relação com a melhora da circulação sanguínea. Um melhor bombeamento de sangue está relacionado à produção adequada de hormônios, melhor regulação do metabolismo e diminuição da gordura”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.

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“Tudo isso é importante tanto para os homens quanto para as mulheres que desejam ter filhos. Já temos ciência que o exercício físico, quando bem orientado, praticado da maneira correta e realizado conjuntamente com uma dieta saudável, melhora a ovulação e a produção de espermatozoides”, continua o profissional.

Como aponta Dr. Fernando Prado, apesar de exercícios físicos e dieta serem importantes hábitos saudáveis que ajudam na fertilidade, é importante citar que esse não é um efeito medicamentoso e alguns pacientes ainda precisarão de ajuda para vencer a infertilidade.

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Nos homens, o nível de atividade física está relacionado a uma maior concentração de espermatozoides. Mas também existem benefícios com relação ao controle do peso. “O excesso de peso interfere na produção de hormônios sexuais masculinos e femininos, podendo estar ligado também à redução do apetite sexual”, diz o Dr. Fernando.

“A gordura que fica nas coxas acaba por esquentar os testículos e isso prejudica muito a produção dos espermatozoides. Em complemento, com a atividade física, há maior produção de serotonina, hormônio do prazer, e maior controle dos níveis de cortisol, hormônio do estresse, que está ligado a dificuldades na concepção de um filho. O estresse aumenta o número de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do espermatozoide.”, afirma o especialista.

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Não há, segundo o médico, uma atividade física considerada ideal para melhorar e fertilidade: “O mais importante é que essa atividade traga prazer e seja introduzida na rotina. Musculação, pilates, natação, caminhada, corrida, todos esses exercícios são interessantes para o bom funcionamento do organismo e a produção adequada de óvulos e espermatozoides”.

“Da mesma forma, eles também fazem com que o organismo tenha uma melhor defesa antioxidante contra radicais livres, protegendo as células reprodutivas. Mas os exercícios devem ser feitos sem exageros. Exercitar demais o corpo, com sobrecarga ou overtraining, pode causar um estresse celular exagerado, o que é tão ruim quanto o sedentarismo. Algumas pesquisas já mostraram que se exercitar demais representa uma dificuldade a mais em comparação com pessoas que praticam exercícios moderados”, conta o médico.

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Da mesma forma, o médico enfatiza que a mudança de hábitos deve ocorrer em prol de uma vida mais saudável, portanto, se afastar dos vícios como cigarro e álcool também ajuda. “É interessante pontuar que o uso de esteroides anabolizantes para acelerar o ganho de massa muscular tem inúmeros efeitos adversos, dentre eles a impotência, perda de apetite sexual e desequilíbrios hormonais, que podem até zerar a produção de espermatozoides de forma permanente, deixando o homem estéril”, destaca o médico.

Em todo caso, sempre que um casal perceber que não consegue engravidar após um ano de tentativas, o melhor é consultar um médico especialista. “O profissional poderá indicar mudanças de hábitos de vida e tratamentos que possam tratar a fertilidade”, finaliza o Dr. Fernando.

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FONTE: *DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Whatsapp Neo Vita: 11 5052-1000 / Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.