Dificuldade para engravidar? Exames detectam motivo de infertilidade; saiba quais

Exames detectam a causa da infertilidade de homens e mulheres para casais que têm dificuldade para engravidar

Dificuldade para engravidar? Exames detectam infertilidade; saiba quais – FREEPIK

A infertilidade definitivamente não é um problema exclusivo da mulher. No entanto, quando um casal tenta conceber um filho por mais de um ano – e não consegue – além da consulta com um especialista, alguns exames devem ser feitos. “As causas de infertilidade são parelhas com relação ao gênero. Em cerca de 40% dos casos de infertilidade, a causa principal é feminina; em 40% masculina; e em 20% a causa é conjunta. Assim, tanto o homem quanto a mulher devem ser avaliados desde o início”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).

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Especialista explica como é a avaliação feminina e masculina com relação aos exames

Avaliação da mulher – Para determinar se a mulher tem problemas como ovulação, transporte do óvulo, fertilização ou implantação, vários testes podem ser feitos, segundo o Dr. Fernando. Entre eles, o teste LH na urina, o teste hormonal no sangue, exame de reserva ovariana, raio-x da cavidade uterina, histeroscopia diagnóstica, ultrassom endovaginal e biópsia endometrial.

Segundo o médico, o teste de LH (hormônio luteinizante) na urina detecta o aumento do LH que ocorre antes da ovulação. “O hormônio luteinizante é secretado pela glândula hipófise durante o ciclo menstrual, mas aumenta no meio do ciclo para induzir a liberação do óvulo (oócito)”, diz.

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O teste hormonal no sangue consegue medir os níveis de alguns hormônios, dentre eles o Hormônio Luteinizante (LH), Hormônio Folículo Estimulante (FSH), Estradiol, Prolactina, Progesterona e Hormônio Tireoide Estimulante (TSH). “O Hormônio Folículo Estimulante é produzido pela Hipófise Anterior e estimula o ovário a desenvolver um folículo para ovulação. A Progesterona é produzida após a ovulação e prepara o útero para a gravidez. Os níveis dos hormônios Luteinizante e Folículo Estimulante são checados para verificar se há alguma disfunção da glândula hipófise. Os níveis de Prolactina (hormônio que estimula a produção de leite materno) são checados para verificar se não há um excesso, causando hiperprolactinemia, uma condição que interfere na ovulação. Os níveis de Progesterona são verificados para determinar se não está havendo uma alteração, causando interferência com o desenvolvimento do endométrio, camada que reveste o útero, preparando-o para a implantação do embrião. Já o Estradiol nos mostra se os folículos estão com uma produção adequada deste hormônio, refletindo na qualidade do óvulo que será utilizado para formar o embrião. Finalmente, o TSH é verificado como uma medida normal para a função da glândula tireoide”, explica o médico.

Com relação à reserva ovariana, o melhor marcador é o Hormônio Anti-Mülleriano (HAM ou AMH), que pode determinar indiretamente qual a quantidade de óvulos que a mulher dispõe em seus ovários, de acordo com o especialista. “Ele também pode ajudar na previsão da idade da menopausa. E é usado para o cálculo da dose das medicações necessária para a indução da ovulação. Tem como vantagem a possibilidade de ser dosado em qualquer fase do ciclo menstrual e de ser independente da ação de outros hormônios”, explica o médico.

O médico explica que é possível realizar também a Histerossalpingografia, ou seja, o raio-x da cavidade e das tubas uterinas, utilizando contraste iodado, uma substância que é visível no raio-x. Serve para determinar se existem defeitos estruturais na cavidade uterina e tubas uterinas. “Já a histeroscopia diagnóstica serve para examinar visualmente o interior da cavidade uterina na procura de aderências, miomas, pólipos, tumores e outras anormalidades. Encontrando alguma alteração, ela pode ser corrigida cirurgicamente. O ultrassom endovaginal deve ser realizado entre dois a quatro dias antes da ovulação, para observar a espessura do endométrio (camada de revestimento interno uterino) e sua resposta à estimulação hormonal, além da presença do folículo dominante (no interior do qual encontraremos o óvulo)”, explica o médico. Por fim, a biópsia endometrial é usada para determinar se o endométrio, a camada de revestimento interno do útero, responderá adequadamente à implantação do embrião, obtendo uma amostra de seu tecido (do endométrio). “Mas é importante citar que tudo começa com a avaliação médica, momento em que o casal será interrogado sobre o histórico pessoal e familiar a fim de obter-se um norte na determinação diagnóstica. Caso necessário, os exames complementares serão solicitados”, afirma o médico.

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Avaliação do homem“O homem pode ter problemas de infertilidade relacionados a problemas com a produção ou secreção de espermatozoides, problemas anatômicos, lesões testiculares prévias e questões hormonais. O homem fornece uma ou mais amostras de sêmen que será analisada em uma bateria avançada de testes”, diz o médico.

Um dos exames feitos é a análise do sêmen, um exame comum, chamado de espermograma. “O sêmen do homem é analisado em vários testes, como para contagem de espermatozoides, motilidade, morfologia e concentração. Outros testes podem ser feitos, incluindo: cultura de sêmen para detectar infecções; testes para verificar as possibilidades de fertilização in vitro ou inseminação intrauterina (processamento seminal); teste para anticorpos anti-espermatozoides; fragmentação do DNA espermático; estudos de sobrevivência a longo prazo; detecção de marcadores bioquímicos no sêmen, por exemplo, a frutose, como teste diagnóstico acessório em homens com problemas severos de infertilidade”, diz o médico. Nos casos em que a análise do sêmen é normal, o tratamento será baseado nas análises da mulher.

Quando é verificada alguma anormalidade nos testes com o sêmen, os exames são repetidos para confirmação. “Dependendo de cada tipo de alteração encontrada, será indicada uma conduta específica. Por exemplo, espermatozoides com boa motilidade e contagem superiores a 5 milhões, são uma boa indicação de inseminação intrauterina. Se o número é menor que 5 milhões, fertilização in vitro (FIV) seria a melhor opção para o tratamento. Caso a morfologia seja menor que 4% (Krüger) ou a concentração menor que 3 milhões, há indicação precisa de ICSI – Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides, uma técnica que coloca o espermatozoide diretamente no óvulo, facilitando a fecundação”, explica.

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De acordo com o médico, no caso de azoospermia, uma condição em que não são encontrados espermatozoides no líquido seminal, isso é em muitos casos decorrente de insuficiência testicular primária, hormonal, genética ou obstrutiva.

“Os pacientes podem precisar de exames hormonais, urológicos, genéticos ou ultrassom para maiores avaliações do problema”, diz. “E com relação à fragmentação do DNA espermático, esse exame detecta alterações na cadeia do DNA do espermatozoide. Se o DNA estiver danificado, aumentam os riscos de aborto precoce, de falhas de implantação do embrião ou mesmo de ausência de gravidez. Quando encontramos alterações, temos que pesquisar a causa de origem e fazer alguns tratamentos, que vão desde corrigir hábitos não-saudáveis – como o tabagismo, uso de antioxidante e vitaminas, até casos de cirurgia. O médico especialista, após avaliação das causas, indicará o tratamento mais adequado”, finaliza o Dr. Fernando.


FONTE:

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*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). 

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