Máscara: está na hora de flexibilizar o recurso de proteção no Brasil?

Especialistas explicam se o Brasil está no momento certo para a desobrigação de máscara em ambientes abertos e fechados

Especialistas falam sobre a flexibilização do uso de máscara – Pexels/Anna Shvets

Diversos municípios e estados brasileiros estão decretando a flexibilização do uso de máscaras. Na última segunda-feira, 07, a prefeitura do Rio de Janeiro decretou o fim do uso de máscaras tanto em locais abertos quanto fechados. O governo estadual de São Paulo também anunciou, na última quarta-feira, 09, a desobrigação do recurso de proteção, mas apenas ao ar livre. Conforme a cidade carioca e o estado paulista, as medidas tiveram como base o avanço da cobertura vacinal e os índices de queda de casos de covid-19. 

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De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, neste sábado, 12, a média móvel de óbitos pela doença no Brasil foi de 429 considerando os últimos sete dias, um declínio de -38% em relação ao índice dos últimos 14 dias. Mas, será que é o momento certo para a flexibilização do uso de máscara? Para a otorrinolaringologista Dra. Maura Neves, o contexto atual da pandemia, com a queda de casos graves e ampla adesão da população à vacina permite que a possibilidade da medida. A alergista e imunologista Dra. Brianna Nicolletti afirma que a flexibilização também deve depender de cada região do país, já que o Brasil possui diferentes cenários da pandemia. 

Apesar dos cenários em que a pandemia apresenta sinais de melhora abram espaço para a desobrigação do uso de máscara em locais abertos, Nicolletti acredita que essa flexibilização deve ser feita com mais cautela, até mesmo para um melhor monitoramento do quadro epidemiológico de cada local. Acredito que a melhor forma de liberar essas medidas preventivas contra covid seria realmente de forma gradual. Assim, seria possível liberar e acompanhar o impacto em algumas semanas. Isso permite o acompanhamento dos órgãos responsáveis. Com um aumento de casos e internações, seria possível retroagir e impor medidas preventivas individuais e coletivas, explica a imunologista. 

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FLEXIBILIZAÇÃO DE MÁSCARA É SEGURA EM AMBIENTES FECHADOS, NESSE MOMENTO?

A desobrigação do uso de máscara em ambientes abertos e fechados entra em vigor nesta segunda-feira, 14, no estado de Rondônia. No entanto, para a otorrinolaringologista Dra. Maura Neves e a imunologista Dra. Brianna Nicolletti essa medida para locais fechados não é segura.

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“Sabemos que as máscaras auxiliam na prevenção de todas as doenças respiratórias e que estamos expostos a elas em todos os ambientes, especialmente em locais com mais pessoas e com menos ventilação, como transporte público, salas de aula, entre outros. No caso do covid, a cobertura vacinal e o comportamento menos “severo” da última variante permitem remoção das máscaras ao ar livre. Porém, em ambientes que favorecem a contaminação isso pode não ser seguro, afirma Neves. 

Nicolletti lembra que sintomáticos e assintomáticos transmitem o vírus pela tosse, fala e até mesmo respiração, “quando expelem gotículas maiores que eventualmente se assentam ou aerossóis menores que podem flutuar no ar”. Em meio a volta às aulas e o início da vacinação em crianças, a Dra. Maura diz que se questiona se esse é o momento certo para a flexibilização do recurso em escolas, por exemplo. “Retirar a máscara em ambientes fechados será seguro a depender do ambiente. Locais com poucas pessoas, bem ventilados e com todos vacinados podem ser elegíveis à retirada de máscara”, diz a otorrinolaringologista. 

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RETIRADA DE MÁSCARA AINDA É CEDO PARA IMUNODEPRIMIDOS E PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS

Conforme a Dra. Brianna Nicolletti, existem pessoas em situações em que ainda não se recomenda a retirada da máscara. “Para imunodeprimidos e pessoas com doenças crônicas acredito que ainda é cedo para qualquer ‘descuido’, como andar sem máscara em ambientes fechados ou ambientes abertos com grandes aglomerações”, alerta. Ainda, a alergista destaca outro ponto em que a medida não é recomendável: pessoas com sintomas gripais e não vacinados. “Acredito que seria prudente manter neste caso o uso das máscaras”.

 

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