Nesta sexta-feira, 15 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados da vacinação infantil mundial que preocupam. Segundo a análise, junto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os números baixos desse ano é o maior retrocesso registrado, nos últimos 30 anos.
“Esse é um alerta vermelho para a saúde infantil. Estamos testemunhando a maior queda contínua na imunização infantil em uma geração. As consequências serão medidas em vidas”, comenta Catherine Russell, diretora-executiva do Unicef.
O recomendado por especialistas, por exemplo, é uma imunização de cerca de 90% das crianças. No entanto, o registro apontou que neste ano os números ficaram em 81%.
Além disso, no Brasil, os dados são ainda mais baixos que o do registro mundial. Segundo o levantamento, somente 62,97% da população infantil foi vacinada em 2021; neste ano, o número é ainda mais baixo: 34,55%.
Pandemia da covid-19 influenciou queda na vacinação infantil, mas não é a principal culpada
“Embora esperássemos uma ressaca pandêmica no ano passado, como resultado das interrupções e lockdowns da Covid-19, o que estamos vendo agora é um declínio contínuo. A Covid-19 não é desculpa. Precisamos recuperar a imunização das milhões de crianças que perderam suas vacinas, ou inevitavelmente testemunharemos mais surtos, mais crianças doentes e maior pressão sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados”, explica Catherine.
Além disso, a pesquisa aponta que a desinformação, provocada pela pandemia, é uma das principais causas da baixa. Eles apontam também que o aumento de áreas de conflito e vulnerabilidade também tem seu papel.
Essa baixa na vacinação infantil, por exemplo, já causou surtos evitáveis de sarampo e poliomielite. Por isso, a OMS e a Unicef buscam entregar uma nova agenda de imunização global, até 2030.