Tudo o que você precisa saber sobre Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica que afeta o sistema nervoso central, principalmente em adultos jovens. Caracteriza-se por surtos de sintomas neurológicos que podem variar em intensidade e frequência. A condição é autoimune, o que significa que o sistema imunológico ataca erroneamente a mielina, uma substância que protege as fibras nervosas. Este ataque resulta em lesões que prejudicam a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo.
No Brasil, estima-se que cerca de 40 mil pessoas convivam com a Esclerose Múltipla. A doença é mais comum em mulheres e em pessoas brancas, com maior incidência nas regiões sul do país. A maioria dos diagnósticos ocorre entre os 20 e 50 anos, mas a EM pode afetar indivíduos de qualquer idade.
Os sintomas da Esclerose Múltipla são variados e podem incluir fadiga, alterações na fala, problemas visuais e fraqueza muscular. Outros sintomas comuns são neurite óptica, diplopia, alterações sensitivas e motoras, disfunções de coordenação e equilíbrio, dor neuropática, espasticidade e disfunções esfincterianas. A doença é marcada por surtos agudos de novos sintomas ou intensificação dos existentes, seguidos por períodos de remissão parcial ou total.
A progressão da doença é altamente variável entre os indivíduos, com alguns experimentando surtos frequentes e outros tendo longos períodos de remissão. Além dos sintomas físicos, a EM pode impactar a saúde mental, com transtornos do humor como depressão e ansiedade sendo comuns entre os pacientes.
O diagnóstico da Esclerose Múltipla é complexo e envolve uma combinação de exames clínicos e de imagem. Os médicos buscam documentar dois ou mais episódios sintomáticos que duram mais de 24 horas e ocorrem de forma distinta, separados por pelo menos um mês. Exames de ressonância magnética são utilizados para identificar lesões no cérebro e na medula espinhal, enquanto a análise do líquido cefalorraquidiano pode ajudar a confirmar o diagnóstico.
O diagnóstico precoce é crucial para o manejo eficaz da doença, permitindo que os pacientes iniciem o tratamento adequado o mais rápido possível.
Embora ainda não haja cura para a Esclerose Múltipla, existem tratamentos que visam controlar a frequência e a intensidade dos surtos, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de neurologistas, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
Os medicamentos disponíveis ajudam a reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência de surtos ao longo dos anos. Além disso, o suporte emocional e psicológico é fundamental para ajudar os pacientes a lidar com os desafios emocionais e cognitivos associados à doença.