Caso Mickey Rourke acende alerta sobre excessos na estética facial
Cirurgião plástico brasileiro destaca tendência por resultados mais naturais e critica uso exagerado de preenchedores

Cirurgião plástico brasileiro destaca tendência por resultados mais naturais e critica uso exagerado de preenchedores
Em um cenário onde a estética facial moderna valoriza a naturalidade, o equilíbrio e a preservação da identidade, o caso do ator Mickey Rourke ganha destaque por seguir o caminho oposto. Ícone do cinema nos anos 1980, Rourke tornou-se exemplo de como múltiplas intervenções estéticas podem, ao invés de rejuvenescer, distorcer os traços naturais.
De acordo com o próprio ator, diversas cirurgias foram realizadas como forma de correção, após lesões decorrentes de sua passagem pelo boxe. No entanto, o excesso de procedimentos — especialmente o uso contínuo de preenchedores — acabou por modificar profundamente sua fisionomia, gerando um resultado amplamente considerado artificial.
Segundo o Dr. Wellerson Mattioli, cirurgião plástico e diretor da Clínica Moderna Sculpt, a cirurgia plástica contemporânea tem um novo propósito: restaurar a vitalidade do rosto sem apagar sua essência. “Hoje, buscamos contornos suaves, volumes bem distribuídos e, principalmente, movimentos naturais. O objetivo não é transformar, mas valorizar”, explica.
Além disso, o especialista destaca que técnicas avançadas, como o Deep Plane Facelift, permitem tratar os sinais do envelhecimento de maneira mais sutil. Essas abordagens respeitam a estrutura única de cada rosto, promovendo um rejuvenescimento que mantém a autenticidade e a expressividade facial.
Por outro lado, o uso excessivo de preenchedores tem levado muitos pacientes a resultados artificiais. Como consequência, cresce a demanda por cirurgias faciais, que oferecem maior precisão e naturalidade. “A cirurgia consegue corrigir os efeitos colaterais de procedimentos exagerados e traz mais harmonia para o conjunto do rosto”, afirma Mattioli.
O Brasil ocupa hoje a liderança mundial em cirurgias plásticas na face. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), foram realizados mais de 800 mil procedimentos apenas em 2023. Esse número reforça, segundo o médico, a importância de se discutir práticas mais responsáveis.
“É preciso lembrar que a cirurgia plástica não é uma fórmula padrão. Cada paciente carrega sua história e sua identidade. Nossa missão é respeitar isso e oferecer um resultado que embeleze sem descaracterizar”, completa.
Casos como o de Rourke, portanto, servem de alerta não apenas para profissionais, mas também para pacientes. “A cirurgia plástica é, antes de tudo, uma arte. E como toda arte, deve ser feita com técnica, sensibilidade e bom senso”, finaliza o Dr. Mattioli.
Fonte: Dr. Wellerson Mattioli – cirurgião plástico, diretor da Clínica Moderna Sculpt, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS). Instagram: @dr.mattioli