Saiba quais são as doenças mais comuns após o diagnóstico de diabetes

Ter o diagnóstico de diabetes nunca é fácil, seja pelo longo tratamento, mas saiba que algumas doenças podem ser mais comuns e merecem atenção

Saiba quais são as doenças mais comuns após o diagnóstico de diabetes – Pixabay

Sede excessiva, vista embaçada, cicatrização lenta, vontade de comer doce, ou até nenhum sintoma. Assim pode ser o paciente diabético. No Brasil, são mais de 13 milhões de casos da doença, o que representa quase 7% da população. Segundo Roberta Frota Villas Boas, endocrinologista, esse número tende a crescer. “Boa parte dos brasileiros vivem uma rotina sedentária aliada à má alimentação, o que gera o sobrepeso, característica que geralmente está ligada ao diabetes”.
 
O diabetes mellitus ocorre quando o pâncreas não produz o hormônio insulina em quantidade suficiente para metabolizar a glicose presente nos alimentos, o que aumenta a concentração dela no sangue. Essa variação da doença também é chamada de diabetes tipo 2. Há ainda o diabetes tipo 1, de origem autoimune e normalmente identificado na infância e adolescência. Neste tipo de diabetes não ocorre a produção de insulina pelo pâncreas.
 
Segundo Roberta, além da deficiência na produção, algumas pessoas podem ter resistência à ação da insulina, que ocorre principalmente em obesos e reflete no aumento das taxas de açúcar no sangue.
 
A especialista salienta que, se o excesso de glicose não for controlado com uma alimentação saudável, exercícios físicos, medicamentos e acompanhamento médico, o organismo pode ser prejudicado. “Com o alto nível de açúcar no sangue a circulação sanguínea fica prejudicada, o que gera repercussão nas artérias periféricas e em diversos órgãos como os rins” explica a Roberta. Entre as doenças que podem ser desencadeadas pela falta de tratamento do diabetes estão:
 
Retinopatia: com o alto nível de glicemia, o funcionamento dos vasos sanguíneos da retina podem ser prejudicados pela sobrecarga nos vasos dos olhos provocando seu deslocamento, podendo levar a sangramentos e descolamento de retina e até uma atrofia (fibrose). Roberta alerta que, em casos mais graves, o paciente pode ficar cego. “O diabetes é a maior causa de cegueira em adultos, principalmente se eles não fazem o controle de glicose da forma correta”.
 
Nefropatia: os rins são responsáveis pela filtragem do sangue para o corpo. Quando existe o excesso de açúcar na corrente sanguínea, há maior dificuldade do corpo em manter o funcionamento dos órgãos, especialmente dos rins por não conseguirem fazer a “limpeza” de forma adequada. Segundo a Dra. Roberta, a nefropatia é uma doença silenciosa e que pode se tornar uma insuficiência renal crônica quando não é identificada e tratada a tempo.
 
Úlcera nos pés ou pernas: ferida originada pela má circulação sanguínea nas pernas e pés. O Diabetes pode causar a perda de sensibilidade nas extremidades do corpo, que favorece o aparecimento destas feridas e de infecções nos pés com difícil cicatrização por conta do volume de açúcar circulando pelo sangue – isso é chamado de “pé diabético”.
 
Para evitar o diabetes e suas consequências, é fundamental aumentar os cuidados no estágio de pré-diabetes, quando a alteração da glicemia ainda é considerada leve. “O pré-diabetes é uma condição que, embora seja favorável ao desenvolvimento do diabetes e de outros problemas de saúde, costuma ser reversível com mudanças como uma alimentação balanceada e exercícios regulares”, esclarece Roberta.

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A especialista complementa que os pacientes mais bem-sucedidos no controle do pré-diabetes fazem da dieta saudável e de outras mudanças no estilo de vida uma prioridade. “Além de se afastar o diabetes, os benefícios incluem a melhora do sistema cardiovascular e do controle do peso corporal“.