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Psoríase: em mês da conscientização, dermatologista fala sobre tabus em torno da doença

Doença inflamatória que atinge a pele, a psoríase não é contagiosa e não possui cura

Psoríase – Pixabay

Reconhecida por manchas arredondadas e descamativas, a psoríase é uma doença crônica, autoimune e não contagiosa.

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O problema afeta cerca de 3% da população mundial, em torno de 125 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 5 milhões apenas no Brasil segundo informações da Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB). 

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Apesar de ter sido reconhecida em 2014 por meio de Resolução da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica grave, não contagiosa, e sem cura, o Ministério da Saúde ainda não acatou a deliberação, o que implicaria na oferta de medicamentos e tratamentos adequados Sistema Único de Saúde (SUS), até mesmo para casos graves — 10 a 20% dos pacientes. 

De acordo com a médica dermatologista Dra. Hellisse Bastos, a doença é inflamatória, mas em cerca de 20% dos casos apresentam fatores genéticos associados. “Esse processo se desencadeia devido um excesso de turnover celular, ou seja, renovação da pele, o que tende a provocar uma maior produção de tecido naquele local. Essa camada córnea exacerbada se dá por alterações nas células epiteliais da derme e epiderme”, explica. 

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Fatores emocionais também podem desencadear crises da doença ou o inverso. De acordo com pesquisa difundida em junho na revista médica JAMA Dermatology, pessoas com sintomas cutâneos da doença podem elevar à 32% o risco de desenvolvimento de depressão e ansiedade, visto seu impacto na autoestima e socialização. 

“A vergonha de expor as áreas, assim como o medo de ser julgado por outras pessoas são alguns dos fatores que levam ao isolamento do paciente que sofre com a doença. A solidão, portanto, se torna um efeito colateral da psoríase muitas vezes. A pessoa passa a se sentir ainda mais deprimida e as crises podem piorar bastante, além das pessoas poderem desconhecer que a doença não é contagiosa e isolar o paciente socialmente, mesmo que ele tende o contrário”, aponta.

Apesar de não haver cura para a doença, tratamentos vira oral, tópica e em pomada podem ser adotados. “A pele é tratada a base de emolientes, hidratantes e pomadas anti-inflamatórias visando a diminuição das lesões descamativas. Porém, por ser inflamatória não é somente a pele que deve ser tratada, mas o organismo como um todo, diminuindo alimentos inflamatórios e conservando hábitos que mantenham o estresse sob controle”, recomenda Dr. Hellisse Bastos. 

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Suplementação de vitamina D, hormônio que regula a função imunológica, também pode ser adotada juntamente com a de magnésio — usado para que a vitamina D atue de maneira adequada no organismo. “O corpo deve ser estudado em conjunto para que seja decidido qual o tratamento mais eficiente e confortável ao paciente. Ao otimizar a saúde, a pessoa diminui o surgimento de crises, assim como diversos outros tratamentos como corticoide terapia e imunossupressores também podem ser adotados a depender da gravidade de cada caso”, aponta.