Outubro Rosa: conheça alguns sinais que merecem atenção além do caroço
Ginecologista comenta a importância da conscientização sobre o câncer de mama e alerta que as mulheres deixaram de ir ao ginecologista com o avanço da pandemia de coronavírus
Ginecologista comenta a importância da conscientização sobre o câncer de mama e alerta que as mulheres deixaram de ir ao ginecologista com o avanço da pandemia de coronavírus
Um dos períodos mais conhecidos para conscientização a saúde da mulher chegou. O Outubro Rosa é o mês dedicado a prevenção e busca precoce ao médico de mulheres que são afetadas pelo câncer de mama. Nesse mês, o assunto se torna evidência devido aos dados preocupantes: de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o câncer que mais afeta as mulheres no Brasil e o principal motivo de óbito é a falta de diagnóstico precoce.
Dra. Rebecca Sotelo, médica ginecologista e obstetra, explica que o principal método de diagnóstico da doença é o exame de mamografia. “O câncer de mama pode afetar principalmente mulheres após a menopausa, porém alguns casos também ocorrem em idades mais jovens. Portanto, a visita regular ao médico ajuda na identificação precoce de qualquer alteração”, destaca.
Apesar do autoexame não ser mais preconizado pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Mastologia para detectar precocemente o câncer de mama, ele é importante para avaliar se existe algum problema. Além do nódulo, que é o sintoma mais visível e comentado, Dra. Rebecca esclarece que outros sintomas também merecem atenção.
“Alteração no tamanho dos mamilos, inchaço, vermelhidão ou descamação da pele na região das mamas, saída de secreção pelos mamilos fora do período de amamentação e dor constante podem ser sintomas de que algo não está normal. Mesmo que não esteja relacionado a câncer, buscar o especialista é muito importante para avaliação e identificação correta do que está acontecendo para evitar situações mais graves”, recomenda.
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Pandemia também se torna uma preocupação
Em 2020, o Outubro Rosa busca alertar ainda as mulheres, principalmente após os 40 anos, que devem realizar a mamografia. O período é preocupante para especialistas, pois segundo a pesquisa “Câncer de mama: o cuidado com a saúde durante a quarentena”, 62% das mulheres deixaram de ir ao ginecologista durante o avanço da pandemia e pretendem voltar para realização de exames apenas depois que este momento chegar ao fim oficialmente.
O problema é que até lá, caso a mulher já esteja desenvolvendo o câncer de mama, o problema pode se tornar mais grave. Dra. Rebecca alerta que os cuidados devem continuar. “Lembre-se, para cuidar da saúde é necessário estar com tudo em dia. O recomendado nesse momento é continuar em contato com o seu médico. Mesmo que com uma frequência menor, seguindo os protocolos de higiene e distanciamento durante a pandemia, você deve visitar o médico para avaliação de rotina”, orienta.
DICA EXTRA: a mamografia é um direito garantido a todas as mulheres pelo SUS!
“A oferta gratuita de mamografia é garantida a todas as mulheres brasileiras, independente de faixa etária, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O público prioritário para realização do exame é formado pelas mulheres entre 50 e 69 anos, conforme definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é seguida pelo Ministério da Saúde. Essa prioridade é baseada em pesquisas: a partir dos 50 anos o tecido mamário é substituído pela gordura e a visualização de um possível tumor é mais nítida.
As mulheres de 50 a 69 anos têm indicação para fazer mamografia bilateral de rastreamento sem necessidade de pedido médico e sem apresentação de sintomas ou histórico de câncer na família. Nas outras faixas etárias, também é possível realizar este mesmo exame, desde que as mulheres já tenham apresentado sintomas ou histórico de câncer na família”.
SOBRE Dra. Rebecca Sotelo
Médica ginecologista obstetra com pós-graduação em uroginecologia. Especialista em tratamento de incontinência urinária, prolapso genital e outros distúrbios do assoalho pélvico feminino.