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Medicamento francês contra a COVID-19 começa a ser testado no Brasil; Pesquisa terá 800 participantes no país

O medicamento ABX464, que promete ser promissor, pode reduzir drasticamente o número de mortes pelo novo coronavírus

Tratamento rápido que reduz a gravidade da Covid-19 começa a ser testado no Brasil – Freepik

O Brasil registrou 565 mortes e 17.078 casos novos de covid-19 nas últimas 24 horas (24 de agosto), segundo o boletim do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). Com isso, o país chegou a 115.309 óbitos e 3.622.861 infecções causadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.

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Com o intuito de frear essas consequências causadas pela doença, muitos remédios estão sendo desenvolvidos e testados ao redor do mundo, incluindo, claro, a própria vacina. Por isso, um novo medicamento contra a Covid-19 vai começar a ser testado no Brasil e, tudo indica que este será promissor. Pesquisadores têm avaliado a eficácia do composto de tripla ação ABX464 na prevenção da inflamação grave em pacientes de alto risco com a doença. 

O medicamento, desenvolvido pela empresa francesa de biotecnologia Abivax, tem ação anti-inflamatória, antiviral e contribui para a regeneração de tecidos. “A ideia é começar a tratar o paciente diagnosticado logo no início da infecção. Se funcionar, vai ser uma revolução porque vai reduzir muito a mortalidade”, disse ao Portal da Veja o imunologista Jorge Kalil, professor titular de imunologia clínica e alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Do mesmo jeito que o remédio Remdesivir foi desenvolvido para o tratamento do Ebola e foi capaz de evitar a replicação do SARS-CoV-2 em análises in vitro nas células pulmonares humanas, o ABX464 foi desenvolvido originalmente para tratar doenças inflamatórias graves, como a colite ulcerosa.

“Esperamos que funcione como o antiviral Remdesivir ou até melhor e também atue na inflamação”, afirma Kalil. A hiperinflamação pulmonar é a principal causa de desconforto respiratório e de morte dos pacientes com Covid-19. 

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Com a propriedade de reparação tecidual, pode ser prevenida uma potencial disfunção pulmonar de longo prazo após a infecção. Os estudos iniciais também mostraram excelente segurança clínica e perfil de tolerabilidade do medicamento. 

QUEM PODERÁ PARTICIPAR DOS TESTES?

No total, serão 1.034 voluntários nesta última fase de estudos, na Europa e América Latina.

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Metade dos participantes receberá o medicamento e a outra metade, um placebo. A estimativa é que apenas no Brasil, cerca de 800 participantes sejam incluídos. “O Brasil foi escolhido porque tem muitos casos de Covid-19 e também porque confiam no trabalho científico realizado no país”, disse o coordenador.

Poderão participar do estudo para analisar a eficácia do medicamento pessoas acima dos 65 anos ou com menos de 65 anos que apresentem fatores de risco e que tenham recebido o diagnóstico positivo de infecção pelo novo coronavírus por meio do exame RT-PCR há até 48 horas. 

“Na atual situação, sem vacina e sem imunidade em massa contra a Covid-19, necessitamos de um tratamento rápido que reduza a gravidade dessa doença”, afirma Hartmut Ehrlich, CEO da Abivax.

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CENTROS DE PESQUISA NO PAÍS

Até o momento, os centros de pesquisa confirmados no país são:

Conjunto Hospitalar do Mandaqui, em São Paulo (SP)

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Instituição Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto, em São José do Rio Preto (SP)

Faculdade de Medicina de Botucatu, em Botucatu (SP)

Hospital Municipal Oceânico e Policlínica, no Rio de Janeiro (RJ)

Hospital Regional Hans Dieter Schimdt, em Joinville (SC)

Centro Oncológico de Roraima, em Boa Vista (RR)

Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco, em Recife (PE)