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Manutenção do peso perdido exige esforço contínuo, alerta especialista

Evitar o reganho dos quilos perdidos na dieta faz parte de um processo ativo do tratamento da obesidade que está relacionado a medidas que devem levar em conta aspectos fisiológicos, ambientais e comportamentais

Perda de peso – Pixabay

Para quem faz dieta hipocalórica, um desafio maior do que emagrecer é o de manter o peso perdido, ou seja, não entrar no ciclo sem fim do efeito sanfona. Uma metanálise de 29 estudos, que acompanhou por cinco anos pessoas em dieta, demonstrou que apenas 15% delas conseguiu gerenciar com sucesso a manutenção dos quilos perdidos.

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Ou seja, 85% engordou novamente. Conforme o levantamento, mais da metade do peso foi recuperado em dois anos e 80% do peso foi ganho novamente em meia década.

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Nesse sentindo, o médico endocrinologista e especialista em emagrecimento, Rodrigo Bomeny, ressalta que assim como perder peso, não reganhar os quilos perdidos é um processo ativo que faz parte do tratamento da obesidade e que depende do esforço, da mudança de hábito e da abstenção de determinados prazeres.

Mas não só, além de fatores comportamentais, há fatores ambientais e fisiológicos que influenciam o reganho de peso, que culturalmente e historicamente foram ignorados até por profissionais de saúde, e que devem ser levados em conta para que as pessoas não entrem nesse ciclo vicioso de perda e reganho de peso.

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Segundo Bomeny, durante muito tempo, a obesidade não foi vista como uma doença e por isso os condicionantes hormonais e genéticos do distúrbio foram ignorados.

Ao reduzir o fracasso de uma dieta exclusivamente à  vontade do paciente, que por preguiça, gula ou o pelo não cumprimento do mero déficit calórico (ganhou mais energia do que perdeu) recuperou os quilos a mais, muitos médicos, ao invés de atuarem como solução, se tornaram parte do problema. Para fazer com que os pacientes mantivessem o peso perdido, suas orientações eram muito superficiais, restritas a exortamentos como: feche a boca e coma menos.

Hoje, sabe-se que o problema da obesidade vai além da simples falta de vontade.

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Conforme o especialista em emagrecimento, diversos estudos já demonstraram que orientações médicas focadas somente no estado anímico do paciente não geram resultado eficaz. Muito pelo contrário, afetam psicologicamente o indivíduo, que desanima ao verificar que suas reiteradas tentativas de emagrecer acabando por fracassar.

Bomeny explica que diversos fatores tornam tão difícil a manutenção do peso perdido. Entre eles o ambiental. “As pessoas que emagreceram continuam vivendo no mesmo ambiente que favoreceu o ganho de peso inicialmente, daí grandes chances de reganho de peso”, explica.

Esse ambiente se caracteriza por um padrão alimentar que favorece o consumo de industrializados e ultraprocessados. “São alimentos extremamente pobres do ponto de vista nutricional e proteico e ricos em energia na forma de carboidratos”, destaca.

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O fator fisiológico também é relevante. Bomeny explica que ao emagrecer, o corpo responde hormonalmente à perda de peso. “À medida que emagrecemos o nosso gasto de energia diminui e esse comportamento persiste mesmo na fase da manutenção”, diz.

Conforme o especialista em emagrecimento, a taxa de metabolismo não apenas reduz, como faz isso além do esperado, o que dificulta a perda de peso nos moldes do início da dieta. “Então, o simples fato de restringir o gasto calórico e manter isso com o tempo não significará que a perda de peso ocorrerá na mesma velocidade de antes”, afirma.

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