Hérnia de disco atinge até 20% dos adultos e pode causar dor intensa e fraqueza muscular

Especialista explica causas, sintomas e tratamentos para o problema que afeta a coluna e compromete a qualidade de vida

O que é hérnia de disco?

A hérnia de disco é uma condição bastante comum: estima-se que até 20% dos adultos enfrentarão esse problema em algum momento da vida. Ela ocorre quando o núcleo interno de um disco intervertebral — estrutura que funciona como amortecedor entre as vértebras — escapa por uma fissura na parte externa do disco. Esse extravasamento pode pressionar nervos da coluna, causando dor, formigamento, dormência ou fraqueza muscular.

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De acordo com o ortopedista Dr. Fernando Jorge, especialista em Medicina Intervencionista da Dor, a dor pode permanecer localizada na coluna ou irradiar para braços e pernas, dependendo da região afetada.

Causas mais comuns

  • Diversos fatores contribuem para o surgimento da hérnia de disco. Entre eles:
  • Envelhecimento natural: com o tempo, os discos perdem água e elasticidade, tornando-se mais frágeis.
  • Sedentarismo e má postura: músculos fracos não sustentam adequadamente a coluna.
  • Movimentos repetitivos e sobrecarga: levantar peso incorretamente ou torcer o tronco com frequência, como em algumas profissões ou esportes, pode gerar lesões.
  • Acidentes, obesidade e predisposição genética: esses fatores também aumentam o risco.
  • Além disso, o estilo de vida moderno — marcado por longas horas sentado, uso excessivo de celular e computador e pouca atividade física — agrava o problema.

Sintomas frequentes

A hérnia de disco pode comprometer significativamente a qualidade de vida. Os sintomas variam de acordo com a área atingida, mas os mais comuns incluem:

  • Dor intensa ao se movimentar, sentar ou ficar em pé por muito tempo
  • Dificuldade para caminhar ou carregar objetos
  • Dormência ou formigamento em braços, mãos, pernas ou pés
  • Fraqueza muscular, que pode dificultar até atividades simples, como segurar um copo
  • Felizmente, os avanços em exames de imagem, como a ressonância magnética, tornam o diagnóstico cada vez mais preciso.

Tratamentos disponíveis

Apesar da gravidade dos sintomas, a maioria dos casos não exige cirurgia. Segundo o Dr. Fernando Jorge, cerca de 90% dos pacientes melhoram com tratamento conservador, que pode incluir:

Repouso breve

  • Uso de anti-inflamatórios e analgésicos
  • Fisioterapia com foco no fortalecimento muscular e correção postural
  • Infiltrações na coluna para aliviar a inflamação

A cirurgia é indicada apenas em casos mais graves, como perda de força muscular, dor incapacitante ou ausência de melhora após seis semanas. As técnicas atuais, vale lembrar, são minimamente invasivas e promovem uma recuperação mais rápida.

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Como prevenir?

A prevenção é fundamental para evitar a hérnia de disco — e também para evitar a reincidência após o tratamento. Medidas simples, como praticar exercícios regularmente, manter o peso adequado e corrigir a postura, fazem grande diferença.

Além disso, é essencial prestar atenção aos sinais do corpo. “Não ignore dores persistentes, principalmente aquelas que irradiam para os membros. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de recuperação”, alerta o especialista.

Fonte:
Dr. Fernando Jorge – Médico ortopedista, especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein), Medicina Intervencionista em Dor (USP-RP), Biomecânica do Aparelho Locomotor, entre outras especializações. Membro da SBOT, SBED, SOBRAMID, ABRM e outras entidades. @dr.fernandojorge

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