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Estudo associa síndrome do ovário policístico a maior risco de Covid-19; ginecologista explica possíveis tratamentos da doença

O obstetra e ginecologista César Patez também ressalta outros grupos de mulheres mais suscetíveis a desenvolver complicações do coronavírus, caso sejam infectadas

Especialista explicou a origem do problema e as formas de tratamento – Pixabay

Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, concluíram durante estudo que mulheres que sofrem da síndrome do ovário policístico (SOP) têm risco maior de contrair a Covid-19 em relação às que não apresentam o distúrbio no sistema reprodutor.

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Entre janeiro e julho de 2020, foram analisados mais de 100 mil registros de pacientes no Reino Unido e cerca de 21 mil dessas mulheres apresentavam a síndrome. Publicada em fevereiro deste ano no European Journal of Endocrinology, a pesquisa mostrou que a incidência da Covid-19 em mulheres com SOP foi quase duas vezes maior do que em mulheres sem o problema. 

Além disso, mesmo levando em consideração os fatores de risco ligados ao coronavírus, como obesidade, diabetes e hipertensão, a probabilidade de se infectar com o vírus continuou maior entre as mulheres com ovários policísticos. 

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Por conta desses dados alarmantes, a pesquisa debate a criação de estratégias que incluam as mulheres com SOP nas políticas públicas de combate à Covid-19 em diversos países. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a síndrome acomete entre 5% e 21% das mulheres em período reprodutivo. 

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O obstetra e ginecologista César Patez explica porque a SOP é tão comum entre as mulheres. “Vários fatores têm sido analisados no que diz respeito à origem do problema. Há componentes genéticos envolvidos, fatores metabólicos pré e pós natais, distúrbios endócrinos hereditários, resistência à insulina e fatores comportamentais, como a alimentação e a prática de atividade física”, afirma.

Por enquanto, não existe uma cura definitiva para a síndrome do ovário policístico, contudo, um tratamento bem conduzido favorece o resultado desejado, trazendo conforto e bem-estar à mulher. “Os métodos variam de paciente para paciente. É possível utilizar pílulas anticoncepcionais, adotar um estilo de vida mais saudável, indutores de ovulação nas pacientes que desejam engravidar e até mesmo cirurgias, nos casos mais graves.” 

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A síndrome ocorre quando os ovários formam cistos, assim que o processo de produção e liberação é interrompido por uma falha nos folículos da glândula. Dentre os principais sintomas da SOP estão o ciclo menstrual irregular e níveis elevados de hormônios que podem causar, por exemplo, excesso de pelos no rosto e no corpo. 

Outro possível efeito da síndrome é a maior tendência a desenvolver doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, que estão dentre os fatores de risco para a Covid-19, além de transtornos mentais como ansiedade e depressão.

O especialista também ressalta outros grupos de mulheres que apresentam mais risco de desenvolver complicações da Covid-19, caso sejam infectadas.

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“Pacientes gestantes ou que estão na fase pós-parto, fumantes imunocomprometidas, mulheres com índice de massa corporal (IMC) aumentado, diabéticas, portadoras de doença pulmonares, autoimunes, hematológicas, cardíacas e neurológicas. A idade acima de 60 anos também é um outro fator de risco para homens e mulheres, favorecendo as complicações”, completa.