Usar maçã nos casos de diarreia, bem como de outras frutas que “prendem” o intestino — como banana-maçã, pera e goiaba —, é um desses conselhos que atravessam gerações. A fruta é rica em antioxidantes, ajuda a regular a imunidade e tem ação adstringente.
Mas a maçã também é rica em pectina, uma fibra insolúvel que melhora o trânsito intestinal, o que não é desejável para quem não consegue parar de ir ao banheiro.
Assim, é preciso tomar alguns cuidados, como optar por um purê: “Ele deve ser preparado sem casca e cozido em fogo baixo com algumas gotas de limão para evitar o escurecimento; dessa forma, a fibra é retirada, favorecendo a constipação”, ensina a nutricionista Edvânia Soares.
Para crianças pequenas, que se incomodam com alimentos muito duros, essa apresentação é mais atraente. E, servido gelado, o purê ainda é interessante para combater o enjoo que pode acompanhar a diarreia em uma gastroenterite (infecção intestinal).
Além das frutas que “prendem”, quem está com intestino solto costuma ouvir que é preciso priorizar carboidratos que não pesam no estômago. Tanto que a dieta BRAT (sigla que, em inglês para “banana, arroz, purê de maçã e torrada”) já foi a indicação oficial para casos de diarreia.
Hoje, a medida caiu em desuso, segundo a Associação Americana de Pediatria, por ser considerada restritiva. A entidade reforça que o importante é investir na boa hidratação e evitar itens gordurosos. “Purê de batata, arroz ou maçã não curam diarreia; o que cura é o tempo, mas dietas leves e obstipantes reduzem o problema”, fala o pediatra Nelson Ejzenbaum. E ele adverte: “Caso faça purê, não use leite”. Os lácteos contêm gordura, o que deve ser evitado.
*Por: Tatiana Pronin / Kelly Miyazzato