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93% dos novos casos de Hanseníase diagnosticados nas Américas são do Brasil, aponta Ministério da Saúde

A doença foi conhecida durante muitos anos como lepra

93% dos novos casos de Hanseníase diagnosticados nas Américas são do Brasil, aponta Ministério da Saúde – Freepik

Pelo menos 20.700 brasileiros tiveram sequelas físicas incapacitantes, como perda dos dedos, ponta do nariz e demais extremidades do corpo, assim como deformidade nos pés e mãos causadas pela falta de tratamento ou diagnóstico tardio da Hanseníase entre 2010 e 2019.

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O dado é do Boletim Epidemiológico sobre a Hanseníase divulgado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira, dia 12, que também mostrou que o Brasil teve 27.864 novos casos da doença apenas em 2019, equivalente a 93% de todos os casos da região das Américas e 13,7% dos casos globais registrados no ano.

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Mas, o que é hanseníase?
A hanseníase é uma condição que durante muitos anos foi conhecida como lepra, sendo que seu diagnóstico fazia com que os pacientes fossem vítimas de preconceito, já que ela é crônica e transmissível para outros indivíduos.

A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae e atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade tátil e à dor.

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Existem tipos variados de hanseníase, que estão relacionados à forma como o organismo reage ao bacilo causador da doença. Entre esses tipos, podemos destacar: hanseníase tuberculoide, hanseníase vichowiana, hanseníase borderline e hanseníase indeterminada.

E, quais são os sintomas?

Entre os principais sintomas, estão:
– Surgimento de manchas de cores variadas nas diferentes partes do corpo, que geralmente estão associadas a uma perda de sensibilidade ao toque e à dor, além de terem uma temperatura diferente do resto da pele;
– Sumiço de pelos em certas partes do corpo;
– Suor que para de acontecer nas regiões onde é comum;
– Dormência em partes do corpo;
– Caroços que surgem nas mãos e orelhas;
– Formigamento nas mãos, pés, braços e pernas;
– Inchaços em mãos e pés;
– Feridas que aparecem nos membros;
– Febre;
– Dor nas juntas;
– Sangramentos nasais recorrentes;
– Diminuição da força muscular e
– Ressecamento dos olhos

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Ainda, segundo o Boletim Epidemiológico de Hanseníase do Ministério da Saúde, a doença no Brasil em 2019:

  • Teve 9,9% dos casos diagnosticados já no estágio avançado, no grau 2 de incapacidade física, quando há deformidades e sequelas físicas visíveis;
  • 1.550 crianças e adolescentes menores de 15 anos foram diagnosticados com a doença, representando 5,5% dos casos;
  • A taxa de detecção geral dos novos casos foi de 13,23 por 100 mil habitantes, mais de 13 vezes maior que o recomendado pela OMS para 2020;
  • A taxa de prevalência da Hanseníase foi de 1,50 para cada 10 mil habitantes, considerada de “alta endemicidade”;

Menos cura e país sem tratamento

Outro dado que chama atenção é sobre a taxa de cura: entre 2012 e 2019, a redução na proporção de cura dos novos casos da Hanseníase saiu de 85,9%, para 79,4%. A maior redução de cura no período se deu na região Norte, cuja proporção caiu mais de 10 pontos percentuais. Já entre as unidades federativas, o Distrito Federal apresentou a pior redução, saindo de 90,2% em 2012 para 61,3% em 2019.

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O boletim ainda destacou a crise no abastecimento dos remédios para o tratamento da hanseníase que ocorrendo desde 2020. 

Apesar de ser o país com o maior número de casos de Hanseníase por habitantes no mundo, o Brasil não produz os medicamentos e depende de doação da OMS, que importa o remédio da Índia.

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